Em viagem de bike do interior de SP ao Uruguai, biólogo compartilha registros de plantas e animais: ‘Vivenciando e estudando’


Rafael Silvério, biólogo de Itapetininga (SP), compartilha nas redes sociais registros da fauna e flora que encontra durante o trajeto que separa o interior de SP e Uruguai. Biólogo do interior de SP registra fauna e flora em viagem de bike para o Uruguai
Ávido por uma vida cercada de conhecimento e união social, um biólogo, de Itapetininga (SP), decidiu fazer as malas e viajar de bicicleta até Montevidéu, capital do Uruguai. Durante o longo percurso, Rafael Silvério, de 29 anos, passou a compartilhar registros de plantas e animais nas redes sociais.
Tudo começou na pandemia, quando Rafael, na época estudante de ciências biológicas na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu (SP), vendeu o carro dele e voltou a andar de bicicleta após anos sem pedalar.
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Contudo, não foi apenas o ciclismo que impulsionou este desejo de colocar o pé, ou melhor, o pedal na estrada. Em sua primeira viagem de “magrela”, Rafael trabalhou como voluntário em uma fazenda, onde os moradores trocavam hospedagem e alimentação por serviços, como um microssistema de escambo.
“Essa viagem mudou minha percepção sobre as formas de trabalho e de viver. Eu vi que dava para aderir a uma vida mais simples”, relata Rafael.
Rafael Silvério, biólogo de Itapetininga (SP), viaja de bike até o Uruguai
Arquivo pessoal
Mesmo após voltar à universidade, quando as restrições de combate ao Covid-19 foram flexibilizadas, o sonho continuou. “Fiquei com esse sonho, de viver um tempo viajando”, relembra.
Depois de concluir a graduação, o rapaz decidiu encarar o desafio para viver o sonho. “Vendi todas as coisas que tinha em casa, doei muitas coisas, juntei tudo o que sobrou em cima da bike, que também foi doada, entreguei as chaves da minha casa e desde então, estou nesse processo de ‘desterritorialização’”, conta.
Durante percurso, biólogo de Itapetininga registra vida animal
Arquivo pessoal
🐍 Surpresas no caminho
O trajeto é longo: quase dois mil quilômetros do interior de São Paulo à capital do Uruguai. Pelo caminho, o biólogo se depara com animais, plantas e outros organismos, fenômenos naturais – como formações rochosas -, e as consequências da influência humana na natureza.
“Eu procuro estar sempre observando questões de ecologia (…) de tentar abordar algumas questões sobre a ecologia do lugar mesmo, sobre o meio ambiente, falando de sustentabilidade, sempre com essa pauta social e racial”, comenta.
Registros de animais feitos por Rafael, de Itapetininga, viram aulas na redes sociais
Arquivo pessoal
Para Rafael, que preza por métodos alternativos de ensino, tudo isso tem sido um “oásis” de conhecimento. “[É] como se fosse a pós-graduação, porque na faculdade a gente aprende muito da teoria, mas eu acredito que há uma defasagem prática, e nessa viagem eu estou tendo muita prática. Eu acredito que o melhor jeito de você estudar é vivenciando e estudando”, destaca.
Conhecimento que Rafael faz questão de compartilhar nas redes sociais. Nos vídeos, o biólogo ainda traz contextos evolucionistas, históricos e sociais. Nessas “andanças”, ele encontrou um urubu-rei, no Mirante do Cedro, em Nova Campina (SP) (veja abaixo).
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“Acredito que seria egoísmo se eu ficasse só para mim esse conhecimento. É uma tarefa difícil criar conteúdo científico, tem que sempre estar estudando, com acesso à internet, mas eu faço o possível e tenho muitos feedbacks bons, as pessoas comentam que aprendem muito com o conteúdo”, comenta o biólogo.
De Itapetininga, biólogo pedala mais de dois mil quilômetros até Uruguai
Arquivo pessoal
Trabalho voluntário
No ano passado, o biólogo Rafael pedalou mais de 1.000 quilômetros para ajudar as vítimas da tragédia que devastou o litoral norte do estado de São Paulo.
Em São Sebastião (SP), o rapaz ficou em um alojamento construído para voluntários. Ele auxiliou na seleção e organização de mantimentos e doações destinados à população afetada pelas fortes chuvas, que provocaram a morte de 65 pessoas.
Viagem para São Sebastião (SP) é feita de bicicleta por estudante do interior
Arquivo Pessoal/Rafel Silvério
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