‘Houve uma tentativa de golpe’, diz Lula após operação da PF que teve Bolsonaro como alvo


Rodrigo Pacheco disse que o plano de golpe de Estado foi uma ação insensata de uma minoria irresponsável. ‘Houve uma tentativa de golpe’, diz Lula após operação da PF que teve Bolsonaro como alvo
Jornal Nacional/Reprodução
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que o plano de golpe de Estado foi uma ação insensata de uma minoria irresponsável. Líderes da oposição dizem que estão sendo vítimas de perseguição política.
De manhã, o presidente Lula deu uma entrevista à Rádio Itatiaia, em Minas Gerais.
“Eu, sinceramente, não tenho muitas condições de falar sobre uma ação da Polícia Federal porque isso é uma coisa sigilosa, é uma coisa da polícia, é uma coisa da Justiça. E não cabe ao presidente da República ficar dando palpite numa atuação dessa. Obviamente, que tem muita gente envolvida, eu acho que tem muita gente que vai ser investigada, porque o dado concreto é que houve uma tentativa de golpe, houve uma política de desrespeito à democracia, houve uma tentativa de destruir uma coisa que nós construímos há tantos anos, que é o processo democrático, e essa gente tem que ser investigada. Nós queremos saber quem é que financiou, nós queremos saber quem é que pagou, quem é que financiava aqueles acampamentos, sabe, para que a gente nunca mais permita que aconteça o ato que aconteceu no dia 8 de janeiro”, diz Lula.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, do PSD, que, de acordo com a PF, seria um dos alvos do grupo que planejou um golpe de Estado, divulgou nota. Pacheco afirmou:
“Ação insensata encabeçada por uma minoria irresponsável, que previa impor um Estado de exceção e prisão de autoridades democraticamente constituídas. Agora, cabe à Justiça o aprofundamento das investigações para a completa elucidação desses graves fatos.”
A senadora Eliziane Gama, do PSD, que foi relatora da CPI dos Atos Golpistas, lembrou que a comissão pediu o indiciamento de diversas autoridades citadas na operação desta quinta-feira (8).
“Diversos alvos, inclusive, já foram investigados pela CPMI do 8 de janeiro. No nosso relatório final, dos 24 alvos hoje dessa operação, 12 foram indiciados ou investigados pelo nosso colegiado”, pontua a parlamentar.
Senadores da oposição convocaram uma entrevista coletiva. Questionado, o líder, Rogério Marinho, do PL, disse que desconhecia o documento com teor golpista encontrado nesta quinta na sede do partido.
O senador criticou a operação que, segundo ele, usa elementos requentados para “inibir a oposição”.
“Nós reafirmamos que ninguém está acima da lei. Ninguém está. Nem eu, nem os senadores que aqui estão presentes. Nem o presidente Lula, nem o ex-presidente Bolsonaro, nem tampouco o ministro Alexandre de Moraes. Mas há Lei, Constituição, o Estado de Direito, o devido processo legal, a forma adequada de se fazer uma investigação”, diz Marinho.
O líder do PL no Senado, senador Carlos Portinho, defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro, disse que Bolsonaro não autorizou um golpe.
“Do ponto de vista do governo, não houve execução. Isso não pode se atribuir. Não houve golpe, não houve armas, não houve mobilização das Forças Armadas na rua, não houve autorização do presidente Bolsonaro para nenhum ato nesse sentido”, diz Portinho.
O senador Humberto Costa, do PT, pediu à Procuradoria-Geral da República que investigue o PL para apurar possível desvio de recursos do fundo partidário para financiar atos antidemocráticos – o que, segundo ele, poderia justificar a cassação do registro do PL.
A operação da PF tendo Bolsonaro como um dos alvos também repercutiu na imprensa internacional, foi destaque nos jornais de países como Estados Unidos, Reino Unido, França, Espanha e Argentina.
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