Chácara onde mãe e filhos morreram eletrocutados em piscina anuncia fechamento: ‘Não há mais condições psicológicas’


Três vítimas morreram após fiação elétrica romper e cair dentro da água. Outras 10 pessoas ficaram feridas. Polícia investiga o caso. Avó diz que netos enviaram fotos antes de morrerem eletrocutados em piscina
A Cavassin Piscinas, chácara onde uma mãe e dois filhos morreram eletrocutados no domingo (4), publicou nas redes sociais que anunciou o fechamento definitivo do espaço após a tragédia. A informação foi confirmada pelo advogado da família.
As vítimas morreram depois que uma fiação elétrica foi atingida por um galho de pinheiro, rompeu e caiu dentro da piscina onde elas estavam. O caso aconteceu em Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
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Na nota, a empresa lamenta o acidente, fala que fez tudo era possível para ajudar as vítimas e relata que “não há mais condições psicológicas e mentais” de continuarem o negócio.
Ainda de acordo com a nota, o estabelecimento disse que está oferecendo suporte às famílias afetadas e mantém o compromisso de colaborar com as autoridades.
“Reafirmamos nosso compromisso em oferecer todo o suporte necessário à família afetada e em colaborar plenamente com as autoridades e com a concessionária de luz para esclarecer os fatos e evitar que tragédias como esta voltem a acontecer em outro local […] Não há mais condições psicológicas e mentais de todos que aqui representamos seguirem com as atividades.”
Nota da Cavassin Piscinas foi publicada na segunda (5) no Instagram
Redes sociais
O caso:
Morte de mãe e filhos: Fiação elétrica rompe, cai em piscina e mata três
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Investigação: Chácara é registrada como empresa de limpeza, diz polícia
Tragédia: Avó diz que netos enviaram fotos antes de choque em piscina
Além dos mortos, 10 pessoas ficaram feridas no acidente. Inicialmente, as autoridades divulgaram que nove pessoas tinham se ferido, porém, o número foi corrigido pela prefeitura.
No dia do acidente, em entrevista à RPC, o proprietário da chácara afirmou que as pessoas no local se esforçaram para ajudar as vítimas.
“Não há palavras que possam aliviar o sofrimento que estão enfrentando diante desta terrível perda. Fizemos de tudo diante do ocorrido e, pela graça de Deus, conseguimos, juntamente com ajuda dos bombeiros e da prefeitura, salvar uma vida”, diz trecho da nota.
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As vítimas
Mãe e dois filhos morrem após fiação elétrica romper e cair dento de piscina, em Rio Branco do Sul
Arquivo pessoal
Roseli da Silva Santos, de 41 anos; Emily Raiane de Lara, de 23 anos, que estava grávida; e Agner Cauã Coutinho dos Santos, de 17 anos, morreram após a piscina em que estavam ser atingida por um fio de energia elétrica.
Entenda ponto a ponto a tragédia que matou mãe e dois filhos eletrocutados em piscina no Paraná
Local foi registrado como MEI, segundo polícia
Mãe e dois filhos morreram após fiação elétrica cair em piscina no PR
Reprodução RPC
Segundo a polícia, a chácara é registrada como “microempreendedor individual” (MEI), por isso, não precisava de alvará de funcionamento. No registro, entretanto, a empresa está cadastrada na atividade de “limpeza”, ainda conforme a polícia.
Conforme o delegado responsável pelo caso, o local funcionava há cerca de cinco anos. O MEI do negócio, porém, foi formalizado em outubro de 2023.
Sobre o assunto, o g1 tenta contato com o dono da chácara.
Cabo arrebentado
Em entrevista à RPC, no dia do acidente, o proprietário do local disse que o cabo de energia já havia arrebentado uma vez e que a Companhia Paranaense de Energia (Copel) “emendou o fio”.
Apontou também que outro cabo que passa pela propriedade também estava emendado, e que pediu à Copel a mudança da rede para outro local, para não passar por cima da propriedade.
O que diz a Copel
Por meio de nota, a Copel lamentou o acidente, confirmou que o rompimento da rede foi causado pela queda do galho e ressaltou que a chácara é privada e não tem gestão da companhia.
A Copel afirmou, ainda, que a rede de energia em questão passa por manutenção frequente e continuada.
Imagens de satélite enviadas pela empresa mostram que a rede elétrica passava pela propriedade em 2013 e, na época, não havia nenhuma piscina no local. A Copel não informou, entretanto, se após a instalação da piscina, seria necessário a alteração da rede no local.
Segundo Copel, piscina foi construída depois da fiação elétrica
COPEL
Veja a nota da Copel na íntegra:
“A Copel, a propósito do rompimento da rede de energia por galho de pinheiro, provocada por chuva com vento de mais de 60 km/h, no domingo 4 de fevereiro, em Rio Branco do Sul, informa que a chácara onde se deu o ocorrido, alugada pelo proprietário para terceiros com fins comerciais, é uma propriedade privada sobre a qual a companhia não possui gestão. A Copel seguirá acompanhando o caso e vai colaborar com as autoridades na investigação.
A rede de energia em questão passa por manutenção frequente e continuada, como é o padrão da Copel. A Copel lamenta o ocorrido, se solidariza com as famílias e orienta a todos que obras, inclusive aquelas utilizadas para fins comerciais, como é o caso da referida chácara, são de responsabilidade dos proprietários, mas precisam ser acompanhadas por profissionais de engenharia a fim de garantir que as edificações fiquem afastadas dos fios da rede elétrica.
A imagem acima é a justaposição de duas fotos de satélite que registram o mesmo ângulo em épocas diferentes. A justaposição feita pela área de obras da Copel Distribuição registra a existência da rede antes de a piscina ser construída.”
O que diz a prefeitura de Rio Branco do Sul
Em nota, a prefeitura de Rio Branco do Sul lamentou o ocorrido e informou que o estabelecimento tem como data de abertura na Receita Federal o dia 16 de outubro de 2023, onde declarou ser MEI.
Por esta razão, de acordo com a prefeitura, ficou dispensada de possuir alvará e licença de funcionamento.
Por fim, a administração municipal disse que está à disposição para colaborar com as investigações.
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