Dengue: MG e Rio de Janeiro vivem epidemia


Segundo o Ministério da Saúde, o cenário também é alarmante no Acre, no Paraná e no Distrito Federal. No Brasil, em janeiro de 2024, o mosquito aedes aegypti espalhou a dengue por todas as regiões. Nesta sexta-feira (2), o estado de Minas Gerais e a cidade do Rio de Janeiro decretaram epidemia.
A situação crítica levou o governo de Minas Gerais a decretar epidemia de dengue em todo o estado. Foram mais de 36 mil casos apenas no primeiro mês de 2024; quase o dobro do mesmo período de 2023.
Os dados divulgados nesta sexta-feira (2) também levaram a Prefeitura do Rio de Janeiro a decretar epidemia de dengue. Foram mais de 10 mil casos registrados só em janeiro, na cidade do Rio de Janeiro – quase metade dos registros de todo o ano de 2023 – e foi também o maior número de internações por causa da doença em 50 anos.
Segundo o Ministério da Saúde, além do Rio e Minas, o cenário também é alarmante no Acre, no Paraná e no Distrito Federal. Os dados nacionais mostram que já foram 262.247 casos nas primeiras quatro semanas do ano; 301% a mais do que no mesmo período de 2023.
Casos de dengue cresceram 301% em comparação ao mesmo período de 2023.
Jornal Nacional/Reprodução
Depois de quase quatro décadas de surtos sucessivos de dengue e um aumento preocupante dos casos, as dúvidas em relação aos sintomas e ao tratamento da doença crescem na mesma proporção. Ela pode ser confundida com gripe, com Covid ou outras viroses. Os pesquisadores da Fiocruz alertam para a importância do diagnóstico preciso e precoce.
“Os principais sintomas da dengue são febre, geralmente febre alta, acima de 39º C, dores no corpo, dor de cabeça e dor atrás dos olhos, podendo ou não surgir manchas no corpo”, explica André Siqueira, médio infectologista da Fiocruz.
E existem sinais de alarme que indicam que a dengue pode estar se complicando.
“Sangramento, vômitos intensos que a pessoa não consegue se hidratar ou se alimentar adequadamente, dor abdominal, dor na barriga, tontura, desmaios”, afirma André Siqueira.
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E como saber se é mesmo dengue?
“No momento em que a pessoa tem os sintomas e tem essa suspeita de dengue ou essa possibilidade de dengue, ela deve procurar um serviço de saúde para ser avaliada”, explica.
Outra dúvida comum é saber em que momento deve procurar ajuda médica.
“Quanto antes for procurada ajuda e for feita avaliação adequada e as condutas adequadas forem implementadas, se evita que a dengue evolua para essas complicações que podem, eventualmente, acarretar, inclusive, óbitos”, afirma o infectologista André Siqueira.
Mas é bom lembrar que existem formas de evitar todas essas complicações, combatendo os criadouros de mosquito aedes aegypti. Trabalho coletivo ou individual. Na casa da tradutora literária Maria Cecília Brandi, todo cuidado com a água parada é por medo da dengue. Ela acabou de se recuperar da doença pela terceira vez.
“Eu sempre tive cuidado, assim, de não deixar água parada. Tem uma planta que fica no bambuzinho que fica parada, mas eu coloco um pouco de água sanitária e removo, troco a água com frequência. Mas, ainda assim, não foi suficiente para evitar que eu pegasse”, conta.
Isso mostra que o empenho deve ser de todos, porque ninguém vence sozinho um inimigo que não para de crescer.
“Nós precisamos fazer esse trabalho cada um de nós, cada cidadã, cada cidadão. A hora de prevenir é agora. Vamos cuidar de quem está sendo afetado pela dengue, mas vamos prevenir em uma ação conjunta de todo o país”, afirma a ministra da Saúde Nísia Trindade.
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