Profissionais da enfermagem de Nova Friburgo se surpreendem com valor em conta 10 vezes menor do previsto em contracheque


A categoria, que esperava o pagamento retroativo, recebeu contracheques de mais de R$ 2 mil, mas o dinheiro depositado foi menos de R$ 250. Servidores da enfermagem não receberam na conta o valor, bem maior, que constava no contracheque
Arquivo pessoal
Os servidores da área da enfermagem de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, denunciaram à reportagem da Inter TV mais uma inconsistência no pagamento do piso da enfermagem na cidade. Segundo informações obtidas pelo g1, cerca de mais de 60 profissionais aguardavam receber o pagamento retroativo, mas a surpresa foi quando o valor depositado não condizia com o valor do contracheque.
Segundo o contracheque de um servidor que o g1 teve acesso, o valor do pagamento era de R$ 2.872,05, mas com alguns descontos, como INSS, o valor final ficou em R$ 2.531,13. No entanto, na conta salário desse servidor foi depositado apenas R$ 247,30.
Piso salarial da enfermagem em nova Friburgo
“Quando foi na quinta-feira, caiu, infelizmente, um valor irrisório. Uma parcela que a gente não sabe o que é, como foi calculado isso, e tínhamos a certeza que íamos receber. Continua a saga da enfermagem sem respeito, valorização, sem uma resposta digna do que tá acontecendo realmente”, disse ao g1 a auxiliar e técnica de enfermagem, Patrícia Pereira, que faz parte dos servidores que aguardavam o pagamento retroativo.
Ao questionarem a Prefeitura de Nova Friburgo, os servidores relataram que a resposta foi que o governo municipal não tinha dinheiro para pagar o retroativo. Com isso, eles optaram por dividir o dinheiro que restava em conta e depositar essa divisão para o grupo de servidores que aguardavam o pagamento.
O técnico de enfermagem, Nelson Henrique dos Santos, conversou com o g1 sobre os problemas que vem enfrentando para receber o pagamento referente aos dois vínculos de contratação que ele tem.
“No meu caso, eu tenho dois vínculos, um no Hemocentro e um no 192 (SAMU). De um eu recebi direitinho, mas o outro não. A Prefeitura alega que quem tem dois vínculos na mesma unidade e na mesma função não vai receber. O motivo? Eles falaram que está relacionado ao InvestSUS, mas a gente não sabe realmente o que está acontecendo”, disse.
O que diz a Prefeitura
O g1 entrou em contato com a Prefeitura, questionando sobre a verba enviada pelo Ministério da Saúde e sobre esse pagamento feito de forma diferente do valor indicado no contracheque.
Em nota, a Subsecretaria Municipal de Recursos Humanos disse que processou a folha de pagamento e a enviou para o setor de despesas, gerando automaticamente o contracheque. Porém, o setor de despesas verificou que o recurso enviado pelo Ministério da Saúde (MS) não era suficiente. Então, a folha de pagamento no valor de R$ 144 mil, que gerou o contracheque citado nesta matéria, foi excluída, não houve depósito de dinheiro, e uma nova folha foi elaborada.
A gestão confirmou ainda que, como recurso do MS era insuficiente para pagar a todos, optou por dividir o recurso que tinha na conta, para que não fosse injusto no pagamento dos servidores, e que estão aguardando novo repasse para pagar a diferença faltante.
Esclareceram ainda que os recursos que têm sido enviados pelo Ministério da Saúde estão sendo repassados integralmente aos profissionais da enfermagem e, que neste momento, a conta encontra-se zerada até que seja enviado um novo repasse.
A Secretaria Municipal de Saúde também enviou uma nota ao g1 informando que oficiaram o Ministério da Saúde com o objetivo de requerer a suplementação dos recursos federais, com vistas a pagar esta diferença do retroativo e que também enviou um documento questionando sobre os servidores que têm dois vínculos no mesmo estabelecimento, mas que só tem sido enviado recurso para pagamento de um.
A pasta disse também que o Ministério da Saúde acusou o recebimento dos requerimentos, e, portanto, estava aguardando retorno.
Por fim, a nota da Prefeitura esclarece que o pagamento do complemento do piso, referente à parcela mensal encontra-se regular, em dia, mas o que se espera regularizar a partir de então é o retroativo de alguns servidores.
O g1 tenta contato com o Ministério da Saúde sobre o caso.
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