Porto Alegre tem o janeiro mais chuvoso em 23 anos, diz Inmet


Os 226,3 mm também são a segunda maior marca desde 1956, quando a Capital registrou 261 mm. Mês foi marcado pela influência do El Niño, que deve seguir atuando, embora com menor intensidade, até meados de 2024. Institutos de meteorologia confirmam tendência de enfraquecimento do El Niño
Os últimos dias do mês podem ter sido de tempo firme em Porto Alegre, mas os temporais que atingiram a capital nas primeiras semanas de 2024 fizeram com que janeiro de 2024 tenha sido o mês mais chuvoso em 23 anos na cidade. Foram 226,3 milímetros de chuva acumulados na estação convencional do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) na cidade, de acordo com o órgão federal.
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Neste século, a marca só é superada pelos 237,7 milímetros de precipitação que caíram sobre Porto Alegre em janeiro de 2001, a quinta maior marca da história. O acumulado em janeiro de 2024, aliás, é o sétimo mais volumoso da história – o janeiro mais chuvoso foi registrado em 1940, com 270,1 milímetros.
A média pluviométrica de janeiro para Porto Alegre é de 121 milímetros, de acordo com a Climatempo Meteorologia – assim, o volume registrado no primeiro mês de 2024 está 87% acima da média histórica porto-alegrense para janeiro.
☔ Confira o ranking de chuvas em janeiro, de acordo com o Inmet:
275,1 mm – janeiro de 1940
265,3 mm – janeiro de 1946
261,0 mm – janeiro de 1956
242,4 mm – janeiro de 1954
237,7 mm – janeiro de 2001
231,6 mm – janeiro de 1947
226,3 mm – janeiro de 2024
Segundo especialistas, o mês que terminou nesta quarta-feira (31) teve a forte influência do El Niño, fenômeno que vem provocando temporais desde a segunda metade de 2023. Contudo, a presença do El Niño deve enfraquecer nos próximos meses.
Ainda assim, o El Niño deve seguir até meados deste ano, quando começa um período que os climatologistas chamam de “neutralidade”, marcado pela ausência de influência de fenômenos, e com estações com características mais definidas.
“Nós atingimos o auge do El Niño agora, durante o mês de janeiro, e o monitoramento da circulação atmosférica indica que a gente está numa fase de enfraquecimento do El Niño, devendo chegar ao início do inverno em uma fase de neutralidade”, explica o climatologista Francisco Aquino, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A partir de setembro, porém, isso pode começar a mudar. Com a entrada da primavera, a expectativa é de retorno do La Niña, que reduz a temperatura do Oceano Pacífico, característica oposta à do El Niño. No Rio Grande do Sul, o fenômeno fez parte de estiagens severas que o estado viveu entre 2020 e 2022.
Árvores caíram sobre carros em Porto Alegre durante temporal
RBS TV/Reprodução
O que esperar de fevereiro?
Apesar de meteorologistas e climatologistas apontarem uma tendência de enfraquecimento do El Niño, ainda seguimos sob influência do fenômeno, que vem ajudando a trazer chuvas acima da média para o Rio Grande do Sul.
Em fevereiro, os primeiros dias do mês devem registrar temperaturas mais altas, podendo chegar aos 38ºC em alguns pontos do estado, graças à chegada de uma massa de ar quente vinda de porções mais ao norte do país.
“As máximas devem variar nos próximos dias em torno dos 36, 38 graus em alguns locais do Rio Grande do Sul. Hoje, a gente está tendo até 33 graus próximo de Quaraí ou Santana do Livramento. No fim de semana, devemos ter essas temperaturas subindo mais um pouco ao longo da tarde nestes dias”, comenta o meteorologista Lucas Fagundes, da Sala de Situação do governo do Rio Grande do Sul.
A Climatempo Meteorologia corrobora a opinião do Piratini. A partir de 3 de fevereiro, é possível que ocorra uma onda de calor na Fronteira Oeste por conta da chegada de massas de ar quente vindas da Argentina e do Paraguai.
A tendência é de que o tempo apresente forte abafamento em todo o estado durante o mês de fevereiro. O calor e a umidade podem trazer pancadas de chuva para o território gaúcho ao longo do período, com possibilidade de temporais na segunda semana do mês.
Temporal alagou diversos pontos da Capital
RBS TV/Reprodução
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