Verão exige cuidados redobrados para evitar acidentes com animais peçonhentos

Apenas em janeiro deste ano, 339 casos foram notificados em 36 municípios da região Norte de Minas Gerais, segundo dados Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros. Em 2024, 7.056 casos foram registrados, sendo que cinco pessoas morreram. Clima quente favorece o aparecimento do animal
Cristine Rochol/PMPA / Divulgação
Com o verão, os acidentes envolvendo animais peçonhentos se tornam mais comuns, por isso autoridades de saúde e a população precisam ficar em alerta.
Apenas em janeiro deste ano, 339 casos foram notificados em 36 municípios da região Norte de Minas Gerais, segundo dados Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros. Em 2024, 7.056 casos foram registrados, sendo que cinco pessoas morreram. As 10 localidades que registraram a maior quantidade de acidentes foram:
Montes Claros (3.071)
Salinas (390)
Jaíba (375)
Bocaiúva (310)
Janaúba (273)
Porteirinha (256)
Coração de Jesus (250)
Francisco Sá (127)
Capitão Enéas (109)
Taiobeiras (104)
“É de fundamental importância que os gestores de saúde e a população em geral redobre os cuidados, especialmente em relação às crianças, que constituem o grupo mais suscetível ao envenenamento sistêmico grave”, alerta a coordenadora de vigilância em saúde da SRS de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes.
“A prevenção contra acidentes com animais peçonhentos deve ser redobrada, sobretudo no caso dos escorpiões. No Norte de Minas, os acidentes envolvem especialmente a espécie Tityus serrulatus, mais conhecida como ‘escorpião amarelo’, completa a referência técnica da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da SRS, Amanda de Andrade Costa.
Entre as medidas de prevenção repassadas pela SRS estão:
Uso de calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem
Examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho antes de usá-laS
Afastar camas das paredes
Evitar pendurar roupas fora de armários
Não acumular entulhos e materiais de construção
Limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede
Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés
Utilização de telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos Manter limpos os locais próximos das casas, jardins, quintais, paióis e celeiros
Evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas
Manter a grama sempre cortada
Limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois metros junto a muros ou cercas
No caso específico dos escorpiões, o diagnóstico é feito com análise clínica-epidemiológica e o tratamento, quando necessário, é realizado, de preferência, com soro antiescorpiônico ou, na falta desse, com soro antiaracnídico.
Na região, conforme a SRS, há 18 polos de soroterapia, que foram escolhidos com base em informações epidemiológicas e geográficas: O Hospital Universitário Clemente de Faria, em Montes Claros, e unidades de Bocaiúva, Coração de Jesus, Espinosa, Grão Mogol, Francisco Sá, Jaíba, Janaúba, Mato Verde, Mirabela, Monte Azul, Montezuma, Ninheira, Porteirinha, Rio Pardo de Minas, São João do Paraíso, Salinas e Taiobeiras.
“Crianças têm uma tendência a um pior quadro clínico diante do envenenamento por picada de animal peçonhento devido ao baixo peso corporal. Pessoas com problemas cardíacos também correm mais risco de complicações de saúde, por isso a manutenção dos polos de soroterapia visa agilizar o atendimento de vítimas de acidentes em municípios com localização estratégica nas microrregiões de saúde. Isso possibilita o início dos tratamentos no menor espaço de tempo, reduzindo com isso as possibilidades de óbitos”, destaca Amanda Costa.
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Fernando Daros
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