Após passagem de frente fria, chuva volta ao RS nesta quinta; volumes não devem superar 100 milímetros


Com afastamento da massa polar, temperaturas voltam a subir no Sudeste e em partes do Centro-Oeste. Nova onda de calor deve atuar até dia 20 de maio. Carros deixados em rua alagada de Canoas.
Carlos Macedo/AP
Depois da passagem de uma frente fria, que enfraqueceu o bloqueio atmosférico que atua sobre o Brasil desde 22 abril, a chuva deve retornar ao Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (16).
A atuação da massa de ar polar permitiu que os últimos dias tivessem predomínio de sol e que a chuva desse uma trégua na região. Mas, com o deslocamento da frente fria para o oceano, o estado volta a ter condições de tempo mais instável.
🌧️ Segundo a Climatempo, outros dois fatores devem contribuir para as chuvas na região:
Influência de um fluxo de umidade vindo da Amazônia
Condições instáveis da atmosfera
Com isso, o dia deve ter céu nublado em todo o estado e chuva principalmente no centro-norte do Rio Grande do Sul.
Vinicius Lucyrio, meteorologista da Climatempo, comenta que a condição não deve ser tão extrema quanto o que foi observado na última semana.
“Apesar da previsão ser de uma chuva não tão intensa, ainda há risco de chuva forte, em especial no norte do estado. A diferença é que a duração deve ser menor, com as áreas de instabilidade se deslocando já a partir de sexta”, analisa.
Mapa mostra os acumulados de chuva previstos até a próxima sexta-feira (17) no Sul do país.
Inmet
Segundo o meteorologista, entre quinta e sexta (17), os volumes médios registrados devem ficar entre 60 e 100 milímetros no norte do estado. A chuva mais forte deve atingir inclusive a Serra Gaúcha, deixando toda a região em alerta.
Já na Grande Porto Alegre, a chuva deve ser fraca a moderada. Os acumulados devem ficar entre 30 e 50 milímetros.
Na sexta, uma nova frente fria deve contribuir para a condição de tempo instável no Rio Grande do Sul. A chuva deve aumentar no fim da semana no norte, inclusive nas cabeceiras de rios importantes que fazem parte das bacias do Taquari, Alto Jacuí e Uruguai.
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Riscos de inundações
Com o solo já enchardo por conta dos grandes volumes de chuva registrados nos últimos dias, a volta dos temporais é um alerta para a piora das inundações.
Lucyrio explica que, em condições normais, os acumulados esperados não seriam o suficiente para provocar grandes transtornos. Mas, com a situação já frágil do solo e com os níveis das bacias muito elevados, qualquer nova chuva pode representar um problema.
O Centro Nacional de Monitoramento de Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão ligado ao governo federal e que faz a comunicação de risco para a Defesa Civil, alerta para os possíveis riscos com as novas chuvas previstas.
⛈️O órgão divide os alertas de risco em dois tipos: geológicos – como deslizamentos de terra e desabamentos – e hidrológicos – como inundações, alagamentos de áreas rebaixadas e extravasamento de rios e canais.
⚠️Para os próximos dias, os alertas são:
Risco hidrológico
🔴Probabilidade muito alta de novas inundações nas mesorregiões Centro Oriental e Sudeste Rio-grandense e Metropolitana de Porto Alegre. O alerta considera os elevados níveis pluviométricos em diversos municípios e as condições de saturação do solo. A bacia do lago Guaíba e do rio Camaquã estão em situação crítica.
🟠Probabilidade moderada de alagamentos na mesorregião Norte Rio-grandense. Algumas bacias da região se encontram em recessão, mas, considerando a possibilidade de chuvas de instensidade moderada nos próximos dias, há risco de novas inundações.
Risco geológico
🟠Probabilidade moderada de delizamentos na mesorregião Nordeste Rio-grandense, principalmente na Serra Gaúcha. Considerando os grandes acumulados registrados e as novas chuvas previstas, há risco de trincas nos terrenos, erosão das marginais dos rios e queda de barreiras em rodovias.
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Volta das altas temperaturas
Além do retorno das chuvas para o Sul do Brasil, com o afastamento da frente fria, as temperaturas devem voltar a subir no Sudeste e em parte do Centro-Oeste do país.
🌡️ Como a massa de ar polar do início da semana não foi forte o suficiente para romper o bloqueio atmosférico que atua sobre o país, a alta pressão acabou apenas se deslocando para a faixa norte da região Sudeste.
Com isso, os termômetros devem registrar novamente marcas acima da média para o período. Essa nova onda de calor deve atingir de forma mais intensa o centro-norte paulista, centro-sul de Minas Gerais, Triângulo Mineiro e extremo leste do Mato Grosso do Sul.
Áreas do Sudeste e do Centro-Oeste devem registrar temperaturas acima da média nos próximos dias.
Climatempo
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