Local onde está fábrica de fantasias que pegou fogo está registrado por duas empresas


Os dois proprietários – um deles uruguaio que abriu barraca de praia em Ipanema – serão chamados para explicar as condições do local. Mais de 20 pessoas ficaram feridas. Investigações apuram causas do incêndio e condições de trabalho na fábrica
Duas empresas estão registradas na Receita Federal funcionando no local onde uma fábrica de fantasias pegou fogo, na manhã desta quarta-feira (12).
Na rua do bairro de Ramos, na Zona Norte da cidade, estão os dois CNPJs diferentes funcionando no mesmo galpão: a Maximus Ramo Confecções de Vestuário e a Bravo Zulu Confecções e Representações Ltda. As duas empresas estão registradas para a mesma função.
O incêndio destruiu a fábrica de fantasias Maximus Confecções, em Ramos, na Zona Norte do Rio de Janeiro A empresa é uma das mais requisitadas pelas escolas de samba das divisões de acesso do carnaval do Rio. Ao menos 17 pessoas foram resgatadas e 21 foram hospitalizadas.
Várias escolas da Série Ouro foram prejudicadas, em especial a Unidos de Bangu, Império Serrano e Unidos da Ponte. A divisão decidiu inclusive que elas não poderão ser rebaixadas.
A Polícia Civil vai chamar para depor os dois proprietários das empresas para esclarecer alguns pontos:
Se ambos os CNPJs operavam no local
Se os dois CNPJs tinham funcionários lá
Se os dois sócios têm gerência pelos trabalhos realizados no galpão
A polícia já sabe que o local não tinha alvará de funcionamento do Corpo de Bombeiros.
Incêndio destrói fábrica que produzia fantasias para escolas de samba do Rio
Nos registros da Receita Federal aparecem dois proprietários das empresas localizadas no galpão: o barraqueiro uruguaio Milton Gonzalez, de 77 anos, e o empresário Helio Araújo de Oliveira, de 41 anos.
Milton Gonzalez aparece na Junta Comercial e na Receita Federal como proprietário da Maximus desde 28 de julho de 2022. De acordo com os registros, a empresa foi criada em 2011 como Café Lounge Mello Ltda, no bairro do Catete.
Mudou de atividade econômica (de gráfica para confecção), de bairro (do Catete para Ramos) e passou a ter Gonzalez como seu único sócio. O uruguaio é conhecido como criador do “melhor sanduíche de linguiça do Rio”.
Arte – Prédio pega fogo na Zona Norte do Rio
Arte/G1
Dono de barraca em Ipanema nega relação com empresa
Milton Gonzalez é sobrinho de Matías Gonzalez, um dos campeões do mundo pela seleção do Uruguai, em 1950, no Brasil. Ele chegou ao Rio, em 1979, fugindo da ditadura do seu país para montar a Barraca do Uruguay, que, atualmente, é administrada pela esposa e filhos, onde vende sanduíches.
“Eu só tenho minha barraca em Ipanema. Não tenho outra empresa. Uma vez perdi meus documentos e minha carteira com R$ 400. Talvez no metrô. Não sei. Não tenho empresa e nem nada a ver com isso”, contou Milton Gonzalez.
Funcionário de fábrica atingida por incêndio no Rio se desespera antes de ser resgatado
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No mesmo galpão também funciona a Bravo Zulu Confecções e Representações Ltda. Helio Araújo, seu administrador, foi à fábrica na manhã desta quarta-feira (12).
Inicialmente, negou ser proprietário do local. “Quero saber como estão as pessoas. Não sou dono”, disse à reportagem da TV Globo.
Helio é diretor da Liga responsável pelos desfiles da Série Ouro, o grupo de acesso ao Carnaval carioca. Ele também é ligado à Escola de Samba Império Serrano.
Helio Araújo já participou de outras três confecções, entre elas, a Maximus Aragão, que funcionou no bairro de Olaria, na Zona Norte do Rio.
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Flávia Jácomo/TV Globo
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