Presidente da Câmara de SP defende salário de R$ 26 mil e criação de vale-refeição de R$ 1.859: ‘Tem vereador que precisa desse dinheiro’


Em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, Leite disse que ‘acha justo’ o aumento de 37% nos salários dos parlamentares após oito anos sem aumento. Ele também defendeu o presidente da empresa de ônibus Transwolff, investigado por suposta ligação com o PCC. O vereadores Milton Leite (União Brasil), presidente da Câmara Municipal de São Paulo.
Reprodução/TV Cultura
Prestes a se aposentar da vida política, o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Milton Leite (União Brasil), defendeu na segunda-feira (16), o aumento de 37% no salário dos vereadores e a criação de um vale-alimentação de R$ 1.859 aos parlamentares.
Os benefícios foram aprovados pelos vereadores num intervalo de duas semanas, logo após a realização do 2° turno da eleição municipal, em benefício dos próprios parlamentares.
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Em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, Leite disse que “acha justo” um parlamentar com salário de R$ 26 mil ainda ganhe um vale refeição polpudo no valor de R$ 1.859 por mês.
O vale-alimentação eu acho justo. Tem vereadores, sim, que precisam desse dinheiro, ao contrário do que você possa imaginar. É justo. Ele é um servidor público. Ele deve ter o direito isonômico. Ele tem férias, ele tem o 13° [salário]. São os direitos dele. O servidor público da Câmara tem esse valor [R$1.800 por mês]. Ele tem que ser isonômico. Tem que ser igual.
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Sobre o aumento de 37% que os vereadores deram aos próprios salários logo depois do 2° turno da eleição municipal, Milton Leite afirmou que obedeceu a lei e corrigiu um problema na Câmara que era o chefe de gabinete ganhar mais que um parlamentar.
“O vereador é um servidor público e deve ter os direitos, como parlamentar, de um servidor público. Estava sem atualização dos salários deles desde dois mandatos pra cá, oito anos. Só a atualização monetária desses valores seria 47%. Nós atualizamos em 37% e respeitamos o limite constitucional: os 75% em relação ao [salário dos] deputados estaduais. Estão cumpridos os ditames legais. Porque estava um negócio estranho, porque o assessor parlamentar ganhava mais que o vereador. O chefe de gabinete ganha mais que o vereador hoje. Eu não receberei esses salários, mas achei justa a atualização”, afirmou.
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Transporte público
Na entrevista na TV Cultura, Leite também defendeu o empresário Luiz Carlos Efigênio Pacheco, apelidado de Pandora, que é presidente da viação de ônibus Transwolff.
Ele é investigada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) por suposta ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capita (PCC) e chegou a ser preso na operação “Fim da Linha”.
No inquérito aberto no MP-SP, o próprio Milton Leite é foi listado como testemunha do caso e deve ser ouvido.
O vereador se disse favorável à tarifa zero no transporte público como uma política de distribuição de renda e saiu em defesa do empresário Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora, presidente da Transwolff que é investigado por suposto envolvimento com o PCC —
“Não acredito que o Pandora esteja envolvido com o crime organizado. Não acredito que tenha ligação do PCC com a Transwolff. Se eu tivesse alguma dúvida de envolvimento dele com o PCC, eu não teria me aproximado dele. Se tem um lá [na Transwolff], que a polícia vá, investigue e prenda. Toda e qualquer investigação deve prosseguir, até que se prove tudo. Eu estou à disposição”, declarou.
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