Pai de jovem achada carbonizada diz que pediu à filha para terminar relação conturbada em Franca, SP


Genro dele é o principal suspeito da morte de Sara Cristina Candeias Carvalho, de 24 anos, encontrada morta em casa. Homem de 27 anos é procurado pela polícia. Suspeito de matar ex-companheira queimada está foragido
Pai da jovem de 24 anos encontrada carbonizada dentro da casa onde vivia com o companheiro em Franca (SP), Walter Portela de Carvalho diz que alertou a filha para terminar a relação. O genro dele, Kaio Ignácio da Rocha, é o principal suspeito da morte de Sara Cristina Candeias Carvalho, segundo a polícia.
“Já tínhamos alertado para sair desse relacionamento. É difícil até falar. Estou magoado, machucado. Que Deus nos conforte. A família está triste.”
A defesa de Kaio não foi localizada e ele é procurado pela polícia.
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Ainda segundo Walter, o relacionamento era conturbado devido às brigas.
“Eu moro em outro lugar, no Centro, mas aqui [Jardim Aeroporto II] todo mundo sabe. Eles brigavam direto. Há uns dias atrás eu fui buscar ela na Santa Casa porque teve uma briga deles. Aí agora veio a acontecer essa fatalidade.”
Sara Cristina Candeias Carvalho foi encontrada carbonizada em Franca (SP). Companheiro dela, Kaio Ignácio da Rocha é o principal suspeito do crime, diz polícia
Reprodução
Walter se refere às agressões de Kaio contra Sara no dia 6 de janeiro deste ano. Na ocasião, a jovem ficou ferida após ser agredida com uma faca e um martelo pelo companheiro. O homem ainda tentou enforcá-la, de acordo com a polícia.
A irmã de Kaio chegou a flagrar a vítima sendo agredida enquanto estava desmaiada. Após a denúncia à polícia, Sara passou um tempo na casa de familiares, mas acabou voltando a viver com o agressor.
Vizinho do casal, o técnico de informática Cleber Alexandre da Silva diz que as brigas eram comuns dentro e fora da casa.
“Quase toda madrugada tinha briga. Inclusive a gente nem dormia direito, esperando alguma coisa acontecer. O rapaz é muito violento.”
Sara foi encontrada carbonizada na casa onde vivia com Kaio em Franca, SP
Lindomar Cailton/EPTV
Crime dentro de casa
Na manhã de quarta-feira (20), Cleber saiu pouco antes das 7h para levar a filha à escola e participar de uma reunião. Ao voltar para casa, por volta das 8h30, viu uma fumaça escura saindo da casa do casal. Cerca de duas horas depois, a polícia arrombou o portão e encontrou Sara.
“Umas 8h30 eu estava voltando e aqui da esquina eu vi uma fumaça escura. Eu olhei e achei que a casa estava pegando fogo, mas depois entendi que era só aqui na frente. Mas não percebi o que tinha acontecido. Umas 10h50 eu saí pra buscar minha menina e vi o policial chegando e arrombando o portão. Na hora que ele abriu o portão, eu vi aquela cena. Uma tragédia anunciada.”
A polícia foi chamada por uma ex-namorada de Kaio. De acordo com a PM, a mulher contou que recebeu uma videochamada dele mostrando o corpo da vítima e assumindo o crime.
Segundo a Polícia Militar, o corpo de Sara estava carbonizado entre dois colchões. Ainda não se sabe se ela morreu antes ser incendiada.
Polícia Militar encontrou Sara morta dentro de casa em Franca, SP
Reprodução/EPTV
Criança levada da casa
Vizinhos relataram que ouviram gritos da jovem e da bebê de sete meses, filha dela, durante a madrugada.
A criança não estava na casa na chegada da polícia. Ela foi encontrada horas depois com conhecidos de Kaio no bairro Jardim Aeroporto III, a cerca de um quilômetro.
Segundo a dona de casa Camila Aparecida Ferreira, que estava com a menina, Kaio a deixou por volta das 7h20 e disse que precisava ir a uma entrevista de emprego. Ele não voltou.
“O Kaio deixou a criança comigo. Ele chegou aqui 7h20 (…) Ele falou que depois buscaria. Saiu descendo aí pra baixo. Ele falou que ia numa fazenda fazer uma entrevista para um serviço. E eu não sabia de nada”, afirma Camila.
Logo após ser localizada, a criança foi entregue aos cuidados do pai, mas o homem acabou sendo preso por falta de pagamento de pensão, mas de outro filho. Por causa disso, a menina foi levada ao Conselho Tutelar.
O caso foi registrado como feminicídio. Quem tiver informações que possam levar a polícia ao paradeiro de Kaio pode fazer a denúncia anônima pelos números 181 e 197.
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