Dono de banco preso em operação da PF contra lavagem de dinheiro é policial civil e foi acusado de corrupção por delator do PCC


Preso pela Polícia Federal nesta terça-feira (26), Cyllas Elia, dono do 2 Go Bank, havia sido acusado de corrupção por Vinicius Gritzbach, executado a tiros no aeroporto de SP. Cyllas Elia é policial civil e dono de banco; ele foi preso pela PF em operação contra lavagem de dinheiro
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Um dos presos na operação da Polícia Federal contra crimes financeiros que movimentaram R$ 6 bilhões é um policial civil de São Paulo que havia sido acusado de corrupção pelo delator do PCC executado no Aeroporto Internacional de São Paulo.
Cyllas Elia, dono do 2 Go Bank, foi detido na capital paulista. Além de São Paulo, a ação da PF desta terça-feira (26) foi realizada em mais cinco estados (Espírito Santo, Paraná, Ceará, Santa Catarina e Bahia) e no Distrito Federal.
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De acordo com a investigação, a organização criminosa, chefiada em parte por chineses, operava um complexo sistema bancário ilegal de lavagem de dinheiro e evasão de divisas para pelo menos 15 países. Outras 15 pessoas também foram presas.
Delator morto
Além de delatar integrantes da facção criminosa PCC por lavagem de dinheiro em 2023, Vinicius Gritzbach tinha delatado policiais por suspeita corrupção oito dias antes de ser morto a tiros no aeroporto no dia 8 de novembro. Câmeras de segurança gravaram o crime (veja vídeo abaixo).
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As denúncias feitas pelo delator foram levadas ao conhecimento do Ministério Público e da Corregedoria da Polícia Civil.
Gritzbach era réu em dois processos: um acusado de mandar matar dois membros do PCC, e outro de lavar dinheiro para a quadrilha. Por esse motivo, aceitou a delação premiada para tentar reduzir sua pena caso fosse condenado pelos crimes.
Numa das denúncias, homologadas pela Justiça, Gritzbach acusou o agente policial Elia por corrupção.
A operação da PF desta terça não ocorreu por causa da delação de Gritzbach, mas os agentes federais tinham informações de que Elia já havia sido acusado antes pelo empresário por crimes financeiros.
👉 A reportagem tenta localizar a defesa do dono do 2 Go Bank para comentar o assunto. Em nota, a instituição financeira informou “que está colaborando com as investigações e segue à disposição das autoridades”.
Segundo o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, chefe da força-tarefa da SSP, disse nesta terça à TV Globo, Elia pediu afastamento da Polícia Civil há um ano e meio.
Em suas páginas pessoais na internet, Elia aparece como CEO e fundador da instituição financeira. O nome dele também está como sócio administrador do banco na Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp).
De acordo com a delação de Gritzbach, o 2 Go Bank de Elia era usado por seu dono para lavar dinheiro do PCC. O empresário afirmou ainda que Elia tem ligações com dois membros do PCC executados a tiros em 2021 em São Paulo: Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, e Antonio Corona Neto, o Sem Sangue.
Gritzbach acabou acusado pela Justiça de ser o mandante das mortes de Cara Preta e Sem Sangue.
Linhas de investigação
Uma força-tarefa criada pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo trabalha com algumas linhas de investigação e não descarta a participação de membros do PCC, agentes de segurança (policiais civis, policiais militares e agentes penitenciários) ou devedores de Gritzbach.
Ao todo, cindo policiais civis delatados e oito agentes da Polícia Militar que faziam a escolta particular de Gritzbach foram afastados preventivamente pela secretaria.
Dois suspeitos de participarem da execução de Gritzbach foram identificados e são procurados pela polícia. Kauê do Amaral Coelho e Matheus Augusto de Castro Mota são investigados por suspeita de ligação com o PCC e tiveram as prisões temporárias decretadas pela Justiça e são considerados foragidos. A reportagem não conseguiu localizar a defesa deles.
Kauê Coelho e Matheus Mota são procurados por suspeita de participarem da execução de delator do PCC
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Atiradores fugiram de ônibus
As autoridades ainda tentam identificar os dois executores que mataram Gritzbach. Eles aparecem nas imagens das câmeras de segurança do aeroporto usando capuzes e atirando na vítima com fuzis. Depois, fogem num carro preto que é dirigido por outra pessoa. O motorista também não foi identificado.
Em seguida, os atiradores entram num ônibus, onde também foram filmados pelas câmeras de monitoramento do veículo. O automóvel e os fuzis usados na execução de foram abandonados apreendidos pela polícia.
Até o momento nenhum suspeito pelo crime foi preso.
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Quem tiver informações ou pistas que levem aos criminosos pode telefonar para o Disque-Denúncia pelo número 181. Não é preciso se identificar.
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