Justiça define nova data para julgamento de acusado de mandar matar empresário que atuava contra fraude em combustível em Curitiba


Primeiro júri ocorreu em janeiro e foi suspenso porque defesa deixou o plenário. Onildo Chaves de Córdova II é dono de um posto de combustíveis e acusado de ser o mandante do assassinato de Fabrizzio Machado, morto a tiros em 2017. Fabrizzio Machado da Silva, morto em 2017, presidia a Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustíveis
Reprodução/RPC
O julgamento de Onildo Chaves de Córdova II, dono de um posto de combustíveis acusado de ser o mandante da morte do empresário Fabrizzio Machado da Silva, foi remarcado para o dia 28 de fevereiro.
O júri popular iniciou em 30 de janeiro, mas foi suspenso no mesmo dia porque a banca de defesa deixou o plenário.
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Fabrizzio presidia a Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustíveis (ABCFC) e foi assassinado a tiros em 2017, aos 34 anos, quando chegava em casa, em Curitiba.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR), a vítima investigava fraudes em postos de combustíveis. A investigação da Polícia Civil apontou que o assassinato teve relação com a atividade de fiscalização.
No novo julgamento, serão ouvidas duas testemunhas da acusação e quatro da defesa. No processo, estavam previstas outras três testemunhas da acusação, sendo que uma delas também foi apresentada pela defesa. Porém, nenhuma delas foi encontrada nos endereços fornecidos, segundo a Justiça.
O g1 tenta contato com a defesa de Onildo.
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Defesa deixou o plenário na sessão anterior
Acusado de ser mandante da morte de Fabrizzio é preso durante julgamento
A sessão anterior do julgamento, que foi realizada no dia 30 de janeiro, precisou ser interrompida após a banca de defesa deixar o plenário. Por conta de uma solicitação do MP-PR, o juiz decretou a prisão preventiva de Onildo e aplicou uma multa de R$ 100 mil a ele.
Os advogados responsáveis pela defesa de Onildo fizeram uma série de pedidos ao juiz, alegando que não tiveram acesso à íntegra do material probatório. Além disso, afirmaram que foi juntado ao processo um grande volume de informações fora do prazo previsto pelo código penal.
Porém, os pedidos foram negados.
A acusação solicitou que um dos advogados da banca de defesa deixasse o júri, alegando que durante a fase do inquérito policial ele ouviu uma testemunha que indicou Onildo como mandante do crime.
Por conta disso, segundo a acusação, poderia haver um conflito. O juiz acatou o pedido e a banca de defesa decidiu deixar o plenário, atitude que foi fortemente criticada pelo magistrado.
A acusação
Segundo o MP-PR, Onildo Chaves Córdova mandou matar o empresário Fabrizzio Machado, em 2017
Arquivo pessoal
Segundo a denúncia do MP-PR, Fabrizzio foi morto na época em que ajudava uma equipe de jornalistas a fazer uma reportagem sobre a fraude de combustíveis em São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
Três horas antes de ser assassinado, ele havia feito o último contato com os repórteres.
Conforme a denúncia, Onildo Chaves de Córdova II, dono de um posto de combustíveis, encomendou a morte de Fabrizzio.
A acusação diz que Onildo procurou Jefferson Rocha da Silva, que aderiu ao plano e indicou Patrick Jurczyszyn Leandro para executar o crime.
De acordo com a decisão, Leandro recebeu a oferta de aproximadamente R$ 20 mil para matar a vítima.
Um quarto suspeito Matheus Willian Marcondes Guedes, também foi investigado e julgado. Conforme o MP-PR, ele havia dirigido o carro usado no dia do crime.
Em 2021, os três foram julgados. Dois deles foram condenados e um foi absolvido:
Patríck Jurczyszyn Leandro: foi acusado por ter feito os disparos contra a vítima e foi condenado a 30 anos de prisão.
Matheus Willian Guedes: acusado de participar do plano de execução do empresário e foi condenado a 23 anos de prisão.
Jefferson Rocha: acusado de participar do plano de execução, mas foi absolvido.
O crime
Vídeo mostra empresário sendo assassinado em frente à própria casa em Curitiba
Leandro e Guedes foram até as proximidades da casa do empresário e, quando ele chegava ao local, de carro, por volta das 22h, os dois bateram na traseira do veículo da vítima.
Ao sair do veículo para ver o que tinha acontecido, Fabrizzio foi atingido por tiros disparados por Leandro, sem chance de defesa. Uma câmera de segurança registrou o momento do crime.
Em seguida, os dois acusados fugiram do local. No dia seguinte, o carro usado por eles foi encontrado queimado na Região Metropolitana de Curitiba.
Dois dias depois da morte de Fabrizzio, em 25 de março, a Polícia Civil paranaense deflagrou a Operação Pane Seca, que fechou nove postos de combustíveis em Curitiba e na Região Metropolitana e prendeu seis pessoas. Um dos postos alvos da operação pertence a Onildo.
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