‘Situação de calamidade social’, afirma secretária sobre moradias do complexo do Aturiá em Macapá


Na manhã desta segunda-feira (12), uma ação integrada do Governo do Estado ocorreu na região. 16 famílias mais afetadas devem ser cadastradas no aluguel social.  16 famílias foram afetas na noite de sábado (10)
Jorge Júnior/Rede Amazônica
Com a chegada do período de inverno, as pessoas do complexo do Aturiá, na área sul de Macapá, voltam a sofrer com o fenômeno da erosão do Rio Amazonas. No último sábado (10), cerca de 16 famílias foram afetadas, uma delas precisou ser remanejada para casa de um parente. 
Nesta segunda-feira (16), uma ação integrada do governo do Estado visitou o espaço para prestar auxílio moradia e alimentar para os moradores. 
Famílias do Aturiá atingidas pela cheia do Rio Amazonas são remanejadas para abrigos
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De acordo com a secretária de assistência social do Amapá, Aline Gurgel, a situação na região é de calamidade social. 
“É uma situação de calamidade emergência. Nós sabemos que todo esse problema causa medo nas mães e pais, principalmente porque eles temem pelas suas famílias […]”
Ainda segundo a secretária, um estudo social identificou que existem pessoas que não têm acesso a itens básicos de sobrevivência, pois receiam sair de suas casas para trabalhar e suas residências serem levadas pela erosão. 
“A gente está trazendo esses kits de alimentos como alívio imediato. Além de kits de dignidade menstrual e higiene”, destacou Aline Gurgel. 
A área fica no bairro do Araxá, Zona Sul de Macapá
Jorge Júnior/Rede Amazônica
Esses problemas estruturais são enfrentados todos os anos pelos ocupantes do Aturiá. As famílias que habitam a área são de origem humilde e, em muitos casos, não têm outras opções de moradia. 
Durante a crescente da maré, seja durante o dia ou madrugada, eles se dividem entre a aflição de ter a casa levada pela força do rio Amazonas e a correria para salvar os bens materiais conquistados com muito trabalho. 
Valdelice Pantoja é uma das 16 moradoras afetas. À reportagem da Rede Amazônica, a autônoma relembrou a noite do sábado (10). 
“Nosso dia a dia é esse. É desesperador. De sábado até hoje, a maré cresceu muito e a casa fica balançando […] Nós ficamos no desespero a noite toda, meu marido passou a madrugada tirando madeira embaixo da casa”, detalhou a amapaense.
Valdelice Pantoja e marido na manhã deste segunda-feira (12)
Jorge Júnior/Rede Amazônica
Entre as ações do governo estão o remanejamento das famílias para o sistema de aluguel social. Aqueles que desejarem deixar o local vão passar por um cadastro realizado pela secretaria de assistência social do Amapá. 
Além disso, essas pessoas devem ter prioridade na entrega dos apartamentos do habitacional Jardim das Oliveiras, no bairro das Pedrinhas. A expectativa é que, até junho, cerca de oitocentas moradias sejam entregues. 
Muro de arrimo 
Em 2008, o muro de arrimo que protegia a área foi destruído pela força do Rio Amazonas. Desde então, o problema só piorou. A ocupação da área, inclusive, já chegou a ser condenada pela Defesa Civil.
Segundo o governo, a obra deve ser retomada como parte do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). 
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“O recurso já está garantido, são 19 milhões fruto de emenda parlamentar e 10 milhões do novo PAC. Os projetos estão em fase de aprovação e nos próximos dias vamos lançar a licitação.”, afirmou David Covre, secretário de Infraestrutura do Amapá. 
A obra do complexo do Aturiá envolve a entrega do habitacional, do muro de arrimo com cerca de 1 quilômetro e a urbanização da área.
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