Jovem que cresceu junto com a Zombie Walk de Curitiba relembra 1ª edição: ‘Coisas de terror fizeram muito parte da minha infância’


Em evento tradicional da programação carnavalesca da capital, zumbis, monstros e caveiras tomam ruas da cidade. Atração tem marcha só de cães – a ‘The Walking Dogs’ – e apresentação da música ‘Thriller’. Ilustradora participou da primeira Zombie Walk aos 4 anos de idade
Todos os anos o Centro de Curitiba é tomado por milhares de pessoas vestidas de zumbis, monstros e caveiras em um desfile de Carnaval aterrorizante, mas divertido.
A “Zombie Walk” virou tradição do carnaval alternativo da capital e costuma acontecer sempre no domingo. A jovem Celina Pacheco, de 20 anos, cresceu junto com o evento e começou a participar na primeira edição, em 2007. Veja a seguir a programação deste ano.
✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp
✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram
A multidão geralmente se concentra na Boca Maldita, segue pela Rua XV de Novembro e termina na Praça Santos Andrade. Mas nem sempre foi assim.
As primeiras edições da Zombie Walk foram no Dia de Finados, em novembro, e saíam do Cemitério Municipal. Em 2007, Celina tinha apenas 4 anos e foi fantasiada de noiva cadáver, acompanhada da família.
“Me lembro, basicamente, de ter muito medo. Aquele pessoal todo em volta de mim, andando igual zumbi, andando bem devagarzinho vindo atrás de mim, fazendo aqueles sons de zumbis”, conta.
Primeira Zombie Walk de Celina foi aos quatro anos
Arquivo Pessoal/Celina Pacheco
A partir de 2009 a atração migrou para o Carnaval, por conta da baixa adesão ao evento no feriado de finados.
Sempre que consegue, Celina participa da Zombie Walk e conta que acha uma das partes mais divertidas a improvisação e a confecção da fantasia que será utilizada.
Celina fugindo dos zumbis na primeira edição do evento
Arquivo Pessoal/Celina Pacheco
A jovem lembra que a Zombie Walk fez parte da infância dela, tanto pela participação, quanto pelo conceito do evento.
“Coisas de terror fizeram muito parte da minha infância, por mais que seja estranho, era uma coisa comum aqui em casa. Então, Zombie Walk sempre foi tipo: ‘Vamos lá fantasiados de personagens que a gente vê na TV”, relembra.
Celina e familiares na primeira Zombie Walk
Arquivo Pessoal/Celina Pacheco
Segurança vira ‘Líder da resistência contra zumbis’
Alexandre Ferreira lembra que em 2015 estava indo para o trabalho, onde atuava como segurança, e esbarrou em um grupo de foliões fantasiados de zumbis.
Fã da cultura pop, Alexandre ficou interessado e prometeu que no ano seguinte daria um jeito e iria ao evento – nem que fosse para ficar só olhando.
Participante foi nomeado ‘líder da resistência contra zumbis’ na Zombie Walk
A promessa se cumpriu e, em 2016, Alexandre participou da Zombie Walk estreando um figurino inspirado em franquias de “survival horror”, gênero de jogos no qual os temas principais são sobrevivência, terror e mistério.
Uma das marcas da “marcha dos zumbis” é o alto nível de criatividade e detalhismo dos participantes.
Diferente de outros blocos carnavalescos, muitos se consideram cosplayers, ou seja, produzem figurinos quase idêntico ao de personagens e chegam a incorporar atitudes e trejeitos deles. Alexandre está nesse grupo.
Alexandre Ferreira, líder da resistência contra os zumbis
Arquivo Pessoal/Alexandre Ferreira
Desde que estreou na Zombie Walk, Alexandre pegou gosto pelo evento e nos últimos anos foi nomeado “líder da resistência contra os zumbis”.
“Todo apocalipse zumbi tem aqueles sobreviventes. Sempre tem aquela turma que conseguiu passar o maior dos sufocos e está vivo ali graças à sua resistência, à persistência, a poder sempre estar viva e querer vencer o mal apocalíptico dos zumbis”, explica.
Para ele, a Zombie Walk foi o incentivo que faltava para começar a desenvolver atividade de cosplayer.
A roupa que Alexandre utiliza anualmente é inspirada na série de jogos Resident Evil, que aborda a história do conglomerado farmacêutico Umbrella Corporation. Aparentemente, a corporação desenvolve produtos farmacêuticos, mas, extraoficialmente, cria armas biológicas e um vírus que pode transformar humanos em zumbis.
Alexandre é líder da resistência contra os zumbis
Arquivo Pessoal/Alexandre Ferreira
Alexandre faz cosplay de um agente de segurança da Umbrella Corporation.
“Tudo o que eu uso ali é profissional, com exceção da arma. Meu coturno, minha calça, a minha bandoleira, meu colete, capacete… Todos eles são equipamentos profissionais”, explica.
Anualmente, a roupa usada por ele ganha novos detalhes e acessórios, e fica cada vez mais elaborada, A evolução é percebida pelos seguidores do perfil nas redes sociais onde ele compartilha o trabalho como cosplayer.
“Todo ano tem algum detalhezinho que eu consigo mexer no meu traje. Quem me segue repara isso e fala: ‘Que legal que você fez isso, você fez aquilo, dessa vez tá diferente…'”, afirma.
Desenvolvimento do cosplay feito por Alexandre na Zombie Walk
Arquivo Pessoal/Alexandre Ferreira
Por se tratar de um personagem com características de guardas, a vestimenta segue um padrão muito semelhante a da área da segurança, na qual Alexandre trabalha.
“Até costumam brincar, se por acaso, durante a Zombie Walk, o meu patrão me ligar e precisar da minha ajuda para trabalhar com meu trabalho de segurança, eu posso só tirar os meus bordados e ir trabalhar”, brinca.
Zombie Walk 2024
Zombie Walk 2023 em Curitiba
Giuliano Gomes/PR Press
A edição de 2024 da Zombie Walk está prevista para o domingo (11). A concentração começa a partir das 9h, na Praça Osório.
Lá, está previsto um desfile de cães, ou “The Walking Dogs”, barracas de maquiagens temáticas, uma apresentação da música “Thriller” de Michael Jackson, entre outras atividades.
Às 12h30 o grupo sai em caminhada pela Rua XV de Novembro, em direção à Praça Santos Andrade, onde terá uma estrutura para receber shows gratuitos de rock a partir das 13h. O evento encerra às 18h.
A Zombie Walk é aberta para todas as pessoas. Crianças e pets são bem-vindos.
Não sabe como ir? Relembre fantasias de outras edições
Relembre como foi a Zombie Walk de 2023
A Zombie Walk de 2020, em Curitiba
Veja imagens da Zombie Walk de 2019 em Curitiba
2018: Zombie Walk ‘aterroriza’ Curitiba
VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná
Leia mais notícias no g1 Paraná.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.