Sambas-enredos de escolas de Curitiba resgatam história do carnaval, cultura negra e economia do café


Desfile ocorre neste sábado (10), às 20h, na Marechal Deodoro. Cinco escolas disputam o título de campeã do grupo especial do Carnaval de Curitiba 2024. Escolas de samba de Curitiba
Gabriel Trinetto/RPC
As cinco escolas de Samba do grupo especial de Curitiba desfilam na Rua Marechal Deodoro no sábado (10) e no domingo (11), com enredos que abordam as rotas do café, o axé de Zé Pelintra, a celebração do carnaval de Curitiba e do Rio de Janeiro e a figura histórica de Zumbi dos Palmares.
Confira abaixo os samba-enredos.
Quem abre o desfile é a escola Deixa Falar, atual campeã do grupo de acesso e estreante no grupo especial neste ano.
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A Imperatriz da Liberdade, a Acadêmicos da Realeza e os Enamorados do Samba desfilam consecutivamente. Para encerrar o primeiro dia, a Mocidade Azul, a atual campeã do carnaval, é a última a entrar na avenida.
Confira a ordem e horários dos desfiles das escolas de samba:
Sábado (10) – Grupo Especial
20h10: Deixa Falar
21h15: Imperatriz da Liberdade
22h20: Acadêmicos da Realeza
23h35: Enamorados do Samba
00h40: Mocidade Azul
Confira a letra completa dos sambas-enredos:
Acadêmicos da Realeza
Deixa Falar
Enamorados do Samba
Imperatriz da Liberdade
Mocidade Azul
Acadêmicos da Realeza
Escola de Samba – Acadêmicos da Realeza
Gabriel Trinetto/RPC
Samba-enredo
Bem-vindo, Rei
O meu xirê é saudação,
Teu povo preto festeja a liberdade.
Aos orixás eu peço em oração,
A força pra lutar por igualdade.
Um eco de amor e esperança,
Mainha! Candace! Retinta mulher!
Dandara és herança, empoderado sou!
E posso ser quem eu quiser.
Ganga, Zumba, Zumbi! Nação guerreira.
De Tamoios a Malês, é capoeira!
A voz que não se cala, é o som do meu tambor.
Injustiça não, “sinhô”!
É passo marcado no baque virado,
O maracatu vai passar.
Num lindo gingado, batuque reisado,
É celebração popular.
Olha o samba descendo o Pelô,
É o Quilombo brasileiro,
Que ao mundo inteiro encantou.
O ouro reluz no meu peito.
A minha Águia quebra o preconceito (Bis)
A Realeza hoje rasga o chão,
É devoção cantar por ti.
Comunidade vai dizer no pé,
Axé, axé, axé, Zumbi!
Compositores: Ruy de Barros, Alex de Souza, Diogo Corso, Rodrigo Godoi, Karen Panda, Rodrigo Jacopetti, Guto Cachaça.
Deixa Falar
Escola de Samba de Curitiba – Deixa Falar
Gabriel Trinetto/RPC
Samba-enredo
Batucada de Malandro
Velhos bambas celebrando
Firma o ponto Batuqueiro
Ogum é chama do meu terreiro (Refrão)
Tá aí, eu sempre quis um “samba pra sambar”
Te ver nascer amor Deixa Falar
Realizar meu sonho
Nós somos os professores se você jurar
Que Onde houver samba, tristeza não há
Nessa avenida colorida
Segue o povo na rua cantando
Feito reza, ritual
Na passarela um desfile triunfal
Salve o samba, salve a santa, salve ela
No azul do mar reflete a paz isso é Portela (Refrão )
Leba – Iarô – ôôôô
Em um festival de prata vi a Beija Flor
Ó Vila Isabel
A Kizomba é pra lá de bom
É bom como tomar um porre amor
Na Ilha do Governador
Na Mangueira o negro é rei todo dia
Tem Xinxim e Acarajé têm Bahia
Teu cenário é uma beleza que a natureza criou
Me leva que eu vou
Desde que o samba é samba é assim
Verdes aquarelas nasceram em mim
A saudade apertou, voltei ao meu pavilhão
Deixa Falar explode coração!!!
Compositores: Marcelo Nunes e Rapha SP
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Enamorados do Samba
Escola de samba de Curitiba – Enamorados do Samba
Gabriel Trinetto/RPC
Samba-enredo
Bota água pra ferver, eu quero ver, samba no pé!
Esse aroma despertou o meu desejo,
Te dou um beijo, com gosto de Café
Uma descoberta fascinante Na Etiópia distante
Um fruto de vigor e excitação
Infusão na alma, radiante Aguça a meditação
Do velho continente à meca viajou, Baba levou, sete sementes pro plantio
Seduzindo amores, num buquê de flores, Chega no Brasil.
Ô ô ô! No semeio desse grão,
O feitor na plantação opressão e crueldade.
Ô ô ô! Hoje eu bato meu tambor, A África me ensinou, Resistência e liberdade.
A lei da abolição, Mudou as mãos da produção desta riqueza.
O negro foi deixado de lado,
Não prova do seu legado,
No samba foi colher sua grandeza.
E assim… No solo fértil da oligarquia, Desigualdade vejo todo dia,
Enredo do meu carnaval. Enamorados, Mostra ao mundo inteiro,
O grão mais brasileiro
Compositores: Alex de Souza, Ruy de Barros e Panela.
Imperatriz da Liberdade
Escola de samba de Curitiba – Imperatriz da Liberdade
Gabriel Trinetto/RPC
Samba-enredo
Para sobreviver tem que ser malandro
Entre becos e vielas
Aprendeu a se defender
Contra os perigos que existem
Em uma vida noturna
Na boemia se envolveu
Foi assim que José cresceu
No baralho, bom jogador
Paquerados de moça bonita
Ele samba, ele ginga
O seu nome é Zé Pelintra
Larayoe pomba gira, girou
na estrada exu mojubá
O pade já está lá na encruza
O malandro vai chegar
Terno branco, chapéu e gravata
Na umbanda, se consagra
Quebrador de demanda
Mensageiro de oxalá
A imperatriz vem trazendo a sua fé
Na avenida vai bater o seu tambor
É regada de axé
Saravá, saravá seu Zé
Compositores: Jefferson Pires
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Mocidade Azul
Escola de samba de Curitiba – Mocidade Azul
Gabriel Trinetto/RPC
Samba-enredo
Uma Voz Distante a Ecoar
Mostrando Que o Samba Resiste
Mocidade Hoje Vem Provar
Que o Nosso Carnaval Existe
Nasceu, Rompeu os Limites da Cidade
Cresceu, na Luta Pela Igualdade e Transformou Nossa Cultura Pela Miscigenação
A Festa Onde Todos São Irmãos
Celebração de Alegria
Respeito Sim
Venho Cobrar Em Nome da Folia
Mestre Maé Fez a Cuíca Chorar
para Que o Povo Pudesse Ser Feliz
a Vila Tassi da Pioneira Colorado
Hoje Aqui da Fazendinha
Mocidade Vem Dizer Muito Obrigado
Feito o Povo Preto Perseguido
Vou Seguindo o Meu Caminho Empoderado
Pelo Brilho da Minha Própria Luz
Cegando Toda Essa Gente
Que Não Vê a Sua Frente a Cultura Popular
Sou Fruto do Trabalho Abençoado
de Alguns Poucos Dedicados
a Nobre Arte Onde o Luxo é Soberano
Feito o Nosso Anjo Imortal
Renato Bola o Grande Momo Nacional
Um Sonho Sonhado Em Azul e Branco
Bate Mais Forte o Coração
Se Enche de Felicidade
Sentimento Apaixonado é declarado
Meu Amor sou Mocidade
Compositor: Silvio Costa, o “Turco”
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