
Segundo o Sindicato dos Rodoviários, nenhuma contraposta foi apresentada nesta quarta (7), para pôr fim à paralisação, que teve início nas primeiras horas de terça. Greve dos rodoviários continua na Grande São Luís; nova rodada de negociação deve ocorrer nesta quinta (8)
Juvêncio Martins/TV Mirante
A greve dos rodoviários da Grande São Luís continua e vai entrar para o terceiro dia nesta quinta-feira (8). Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (STTREMA) nenhuma contraposta foi apresentada nesta quarta (7), para pôr fim à paralisação, que teve início nas primeiras horas de terça.
Na tarde desta quarta, representantes do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) e da Agência de Mobilidade Urbana (MOB) estiveram reunidos para elaborar uma nova proposta de reajuste aos rodoviários, mas os valores só serão apresentados aos trabalhadores em uma reunião de mediação na sede do Ministério Público do Trabalho no Maranhão (MPT-MA).
Nessa nova reunião, que está marcada para começar às 14h desta quinta (8), a categoria deverá analisar se aceita ou não a nova contraposta. Enquanto isso, os usuários do transporte público da Grande Ilha continuam sem ônibus.
O que se sabe sobre o impasse que impede o fim da greve dos motoristas de ônibus na Grande São Luís
Ao g1, a MOB informou que participará dessa nova rodada de negociações e que tem o compromisso de não realizar reajustes tarifários no sistema de transporte semiurbano.
Já a SMTT informou que apresentou uma proposta de pagamento do percentual de reajuste aos rodoviários e está participando de reuniões para mediar um acordo entre as partes. A Secretaria destaca que espera que as empresas e o Sindicato dos Rodoviários cheguem a um entendimento para pôr fim à greve.
Descumprimento de determinação judicial
Mesmo após decisão judicial, ônibus não saíram das garagens mais uma vez
Na segunda (5) o desembargador Francisco José de Carvalho Neto, do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-16) determinou que 50% da frota dos coletivos circulasse na Ilha de São Luís durante o período da paralisação. Em caso de desobeMA. diência, seria aplicada uma multa diária no valor de R$ 30 mil ao STTRE
Além disso, o TRT-16 decretou também a proibição de atos de vandalismo ou qualquer prática que impeça a prestação do serviço de transporte público na Grande Ilha de São Luís, como operações “tartaruga”, “catraca livre” ou piquetes, também sob pena de multa diária de R$ 30 mil.
Apesar da determinação da Justiça, desde o início da greve 100% da frota está paralisada.
O Sindicato dos Rodoviários chegou a afirmar que o presidente do STTREMA, Marcelo Brito, iria se reunir com os trabalhadores nas primeiras horas desta quarta, para que o percentual de 50% da frota de ônibus, que atende a Grande São Luís, voltasse a circular, cumprindo assim, a decisão judicial, porém todos os rodoviários continuam de braços cruzados.
Em nota ao g1 nesta quarta (7), o STTREMA afirmou que é a categoria quem se recusa a voltar a colocar os ônibus nas ruas, até que as exigências sejam atendidas.
“Sobre a determinação do TRT-MA, o Sindicato dos Rodoviários do Maranhão informa que dialogou com os trabalhadores, para que fosse garantido o percentual de 50% da frota de ônibus circulando em São Luís, mas a decisão final é da categoria, que aguarda uma contraproposta da patronal, assegurando todos os direitos dos Rodoviários”, diz a nota.
Reivindicações
A princípio a categoria pediu à classe patronal reajuste salarial de 10% para os motoristas e cobradores e 20% para os motoristas que ocupam dupla função (de motoristas e cobrador). Porém, o SET ofereceu como contra proposta, um aumento de 6% no geral. Mas, os rodoviários ainda querem um aumento de salário de 15% para motoristas que trabalham sozinhos e 10% para os demais trabalhadores.
Greve dos rodoviários continua na Grande SL, após reunião terminar sem acordo
Os rodoviários também pedem a manutenção do plano de saúde, além do aumento do ticket de alimentação no valor de R$ 1.200. Porém, segundo o sindicato, os empresários propuseram a retirada de R$ 200 do valor atual do ticket alimentação, que é de R$ 817 (em média).
Passageiros buscam alternativas
Passageiros se viram para se locomover no segundo dia de greve em São Luís
Sem ônibus, os pasaageiros são sendo obrigados a buscar alternativas para não deixar de cumprir os seus compromissos. Dentre os meios de transportes alternativos utilizados pelos passageiros estão vans, mototáxis e transporte por aplicativo.
Além disso, há empresas fretando ônibus para buscar seus funcionários, em meio a greve de motoristas e cobradores do transporte público que atende a capital São Luís e a Região Metropolitana, que é formada pelas cidades de São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa.
Enquanto isso, os terminais de integração estão completamente desertos, um cenário considerado anormal ao da rotina vivenciada diariamente pela capital maranhense.