Belém recebe exposição itinerante ‘Nhe’e Porã’, do Museu da Língua Portuguesa


Mostra convida o público a conhecer as línguas faladas pelos povos indígenas e as transformações decorrentes da invasão colonial. Exposição segue em cartaz no Museu Emílio Goeldi até julho Exposição itinerante “Nhe’e Porã: Memória e Transformação”
Prefeitura de Belém
A exposição itinerante “Nhe’e Porã: Memória e Transformação” está em cartaz em Belém. A mostra nacional é uma realização do Museu da Língua Portuguesa e em Belém apresenta peças exclusivas, que fazem parte do acervo do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), onde está aberta ao público até 28 de julho.
“Nhe’ẽ Porã” propõe uma imersão em uma floresta cujas árvores representam dezenas de famílias linguísticas às quais pertencem as línguas faladas hoje pelos povos indígenas no Brasil – cada uma veicula formas diversas de expressar e compreender a existência humana.
A curadora da exposição, a artista indígena e mestre em Direitos Humanos, Daiara Tukano, contou sobre a importância da mostra chegar à capital paraense. “Realizamos essa mostra em São Paulo, no Museu da Língua Portuguesa, mas estar aqui em Belém, nessa Mairi, de tantos nomes, têm um significado todo especial para nós. É muito bom pisar nessa terra e fortalecer nossa língua, o orgulho de ser índígena”, reafirma a curadora.
Força das línguas indígenas
O convite para conhecer as línguas faladas pelos povos indígenas e as transformações decorrentes da invasão colonial é também um chamado para experimentar outras concepções de mundo, e começa no próprio nome da exposição que vem da língua Guarani Mbya, composto a partir de duas palavras: Nhe’ẽ significa espírito, sopro, vida, palavra, fala; e porã quer dizer belo, bom. Juntos, os dois vocábulos significam “belas palavras”, “boas palavras” – ou seja, palavras sagradas que dão vida à experiência humana nesta terra.  
Ao todo 50 profissionais indígenas, entre cineastas, pesquisadores, influenciadores digitais e artistas visuais, compuseram o percurso circular que apresenta a importância e a força das línguas indígenas.
Daiara Tukano acredita que esse tipo de trabalho também é um ato de resistência, em um tempo em que se vive tanto luto. “A beleza da nossa luta está na resistência pela vida dos nossos parentes, pelo amor de água limpa, pelo amor de rios com alimento e florestas com saúde e que todos merecem usufruir”, complementa.
Serviço
Exposição itinerante Nhe’e Porã: Memória e Transformação
De 7 de fevereiro a 28 de julho de 2024
Local: Museu Paraense Emílio Goeldi – Centro de Exposições Eduardo Galvão, na Av. Magalhães Barata, 376, São Braz, Belém
Ingressos: R$ 3,00 (inteira) e R$ 1,50 (meia) e gratuidades garantidas por lei.
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