Tese realizada pelo professor substituto de Antropologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jorge Garcia de Holanda, observou o início da disseminação de conteúdos terraplanistas na mídia, em sua grande parte vídeos publicados em redes sociais. Pesquisa da UFRGS analisa onda de disseminação de conteúdos sobre terraplanismo em plataformas digitais
ESA/NASA
Teorias de conspirações que afirmam que a Terra é plana seguem espalhadas pelas redes sociais. Segundo essa visão, a Terra apresenta um formato plano, sendo orbitada pelo Sol, pela Lua, e circundada pelo Círculo Ártico. A partir dessa ideia, uma tese de doutorado divulgada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) analisou a formação do público e as dimensões da onda de disseminação deste modelo nas plataformas digitais.
Acesse o canal do g1 RS no WhatsAppO estudo, realizado pelo professor substituto de Antropologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) Jorge Garcia de Holanda, observou, de 2015 a 2022, a disseminação dos conteúdos terraplanistas na mídia, em sua grande parte vídeos publicados em redes sociais. “Acho que tem algo interessante na forma como essas pessoas defendem a Terra plana”, diz Jorge.
O estudo concluiu que o sistema de recomendação das plataformas digitais contribui para a formação do público que acredita em terraplanismo. De acordo com o pesquisador, um único vídeo não é capaz de criar a ideia, mas vários, sim.
Como o YouTube impulsiona teorias conspiratórias sobre Terra plana
O primeiro contato de Jorge com o conteúdo foi casual. Ele estava navegando pela internet até que apareceu uma sugestão desse tipo de conteúdo. Segundo o professor, grande parte do público “despertou” interesse pelo assunto a partir dos vídeos, que têm como objetivo modificar a percepção do mundo de quem assiste.
“A ideia é de que o indivíduo é alguém em frente a um mundo de pura mentira”, fala.
De acordo com o pesquisador, a onda terraplanista inundou o Brasil a partir de 2015. “Antes, era uma coisa muito minoritária”, diz. Contudo, devido a um vídeo publicado por um norte-americano, o assunto se tornou viral.
“A experiência aprofundada é importante para que a pessoa crie laços com a teoria”, conta.
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