Juros médios cobrados pelos bancos em 2023 tiveram uma queda leve


Segundo economistas, o impacto da queda da Selic nos créditos bancários demora para ser sentido. A expectativa é de que, com a continuidade da redução, os empréstimos fiquem mais baratos nos próximos meses. Em 2023, os juros médios cobrados pelos bancos tiveram uma queda leve.
A Selic, taxa de juros que é a referência na economia brasileira, tem pesos diferentes sobre os diferentes tipos de empréstimo. Nos empréstimos diretos a pessoas físicas ou empresas, ela tem uma influência maior.
Quando, em agosto de 2023, o Banco Central do Brasil iniciou o processo de redução da Selic, a expectativa era de que os juros dos empréstimos bancários seguissem a tendência de queda. Até dezembro, a Selic caiu 2% e chegou a 11,75% ao ano e, no mesmo período, a taxa média de juros dos empréstimos baixou 1%. Nas operações com pessoas físicas, os juros caíram 1,5%. No caso das empresas, recuou 1,9% ao ano.
Queda de juros bancários comparados à queda da Selic
JN
A Federação Brasileira de Bancos disse que mais de 80% do spread bancário – diferença entre as taxas cobradas pelos bancos e as que eles pagam na captação de recursos – se devem aos custos de intermediação financeira e menos de 20% correspondem à margem de rentabilidade dos bancos. E que uma das causas está relacionada às garantias nos empréstimos. Quanto mais sólida a garantia, menor tende a ser a taxa cobrada do tomador do empréstimo.
Segundo economistas, o impacto da queda da Selic nos créditos bancários demora para ser sentido. A expectativa é de que, com a continuidade da redução, os empréstimos fiquem mais baratos nos próximos meses.
“A tendência é que elas repassem cada vez mais para a ponta, seja para pessoa física, seja para pessoa jurídica. Então, mantido o ambiente macroeconômico saudável, essa tendência de queda tende a se concretizar e vai ficar cada vez mais forte para ponta”, afirma Roberto Ellery, professor do Departamento de Economia da UnB.
Juros do cheque especial e do rotativo em 2023
JN
Em 2023, os juros do cheque especial fecharam em mais de 128%, com uma queda de 3,8%.
A taxa das operações do crédito rotativo, cobrado quando a pessoa não consegue pagar o total da fatura do cartão e parcela o valor que fica para o mês seguinte, subiu quase 29% e fechou em mais de 440%.
Os juros do rotativo serão bem menores em 2024 por causa de uma lei aprovada no Congresso Nacional. Eles não poderão ultrapassar o valor da dívida original, ou seja, não poderão ser maiores do que 100% ao ano.
Cartão de crédito rotativo: juros para quem atrasa fatura não poderão ultrapassar dívida original; entenda
A expectativa é de que a continuidade da redução da taxa de juros aumente a procura e a oferta de crédito já neste ano.
“A gente começa a ter sinais já que o ciclo de crédito está melhorando. Certamente, quando a gente fechar o ano de 2024 e olhar para trás, a gente vai ver que as taxas caíram e que o volume de crédito se ampliou de maneira mais significativa”, diz Paulo Gala, professor da FGV-SP.
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