Mais de mil pessoas aguardam por um aparelho de audição em Araraquara; surdez pode acelerar demência em idosos, alerta médico


Previsão da prefeitura é zerar fila somente em 2025. Aparelho custa, em média, R$ 3 mil no mercado privado. Mais de 1 mil pessoas aguardam na fila por aparelhos de audição em Araraquara
A fila de espera por um aparelho de audição pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de Araraquara tem 1.054 pessoas. Somente em 2023, 250 pessoas entraram na lista.
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Segundo o médico otologista Marcos Marques Rodrigues, a falta de audição pode acelerar o processo de demência em idosos (leia mais abaixo).
Fila por aparelho auditivo em Araraquara só deve ser normalizada em 2025.
Divulgação/Widex
Segundo a prefeitura, o número alto é consequência da volta dos pacientes aos consultórios, após a pandemia de Covid-19. A administração municipal prevê que a situação só será normalizada em 2025.
“Temos uma quota no Ministério da Saúde para atender 120 pacientes por ano, mas no ano passado atendemos quase 500 para correr atrás da demanda. A expectativa é que a gente normalize isso no final de 2024 e 2025”, afirmou o coordenador executivo de Reabilitação, Luiz Armando Garlippe.
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Espera de 4 anos
O publicitário Marcos Gibran descobriu a deficiência auditiva quando fez um exame adminissional
Ely Venâncio
O publicitário Marcos Gibran esperou quatro anos pelo aparelho, que conseguiu por meio de um programa da saúde de Araraquara. Ele descobriu que tinha perdido cerca de 30% da audição nos dois ouvidos quando teve que fazer um exame de audiometria para um exame admissional. Até então, não tinha ideia que não estava escutando direito.
“As pessoas acham que eu era distraído, que não prestava atenção e música eu tinha que aumentar bastante e volume para escutar”, contou.
Surdez pode acelerar demência
Falta de audição pode prejudicar socialização de idosos.
Reprodução/TV TEM
No mercado privado um aparelho de amplificação sonora individual custa mais de R$ 3 mil reais, em média. O valor alto torna a compra inacessível para muitos pacientes, mas a espera por resolver o problema pode ter um custo caro também, principalmente para as pessoas com idade avançada.
“O idoso vai se isolando. Ele deixa de ir a festas ou eventos porque ele não entende, às vezes deixa de conversar com a própria família, para de atender o telefone, para de assistir a televisão e vai se isolando. O que acontece com isso? Além de atrofia do cérebro na parte auditiva, ele vai tendo também uma atrofia geral do cérebro”, afirma o médico otologista Marcos Marques Rodrigues.
“A perda auditiva não tratada acelera o processo de demência do idoso. Veja bem, não posso falar para você que a pessoa não vai ter demência, não vai ter Alzheimer, mas com certeza diminui o processo. É importante ouvir bem para poder socializar bem, produzir bem e ter boa saúde”, completa.
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