Como funcionava esquema que invadia sistemas federais e vazava dados de presidente do STF e outras autoridades


Painel de consulta de informações tinha até ‘plano de mensalidade’. Membros de facções criminosas e policiais estavam entre os ‘clientes’, diz investigação. Três pessoas foram presas, entre elas pai e filho. Presos suspeitos de atuar na venda de dados do presidente do STF são pai e filho, diz PF
A Polícia Federal (PF), que investiga a invasão de sistemas federais e o vazamento de dados de autoridades e pessoas públicas, detalhou como funcionava o esquema de entrega das informações, que tinha, entre os “clientes”, membros de facções criminosas e agentes de forças de segurança, incluindo policiais.
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Na quinta-feira (1), a PF deflagrou a Operação I-Fraude e prendeu três pessoas, sendo um pai e um filho que moram em Vinhedo (SP). O outro preso estava em Caruaru (PE). Também foram expedidos 11 mandados de busca e apreensão em cinco estados da federação.
Segundo apuração da GloboNews, entre as autoridades que tiveram os dados pessoais vendidos em uma rede social, está o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
Como funcionava o esquema?
De acordo com a Polícia Federal, as suspeitas surgiram depois da identificação de uma invasão de banco de dados de sistemas federais. Informações pessoais de milhares de pessoas, entre elas inúmeras autoridades e pessoas publicamente conhecidas, depois ficavam disponíveis para consulta em um painel.
O painel de consulta era oferecido, principalmente, através de plataformas de redes sociais. Existiam “planos de mensalidades”, de acordo com o número de consultas realizadas. O sistema contava com aproximadamente 10 mil “assinantes” com uma média de 10 milhões de consultas mensais.
A PF identificou, dentre os usuários, membros de facções criminosas e até mesmo integrantes das forças de segurança. Com relação a estes últimos, os criminosos ofereciam o serviço de forma gratuita. No entanto, o servidor precisava enviar, para comprovação de identidade, foto de sua carteira funcional.
PF prende suspeitos de invadir sistemas federais que vazaram dados de ministro do STF
Dessa forma, os criminosos obtiveram cadastro, com foto, de milhares de servidores da segurança pública, que também tiveram seus próprios dados fornecidos.
A suspeita é que eles tenham faturado, ao menos, R$ 10 milhões com o esquema criminoso entre 2010 e 2024. De acordo com a PF, foi determinado o bloqueio de cerca de R$ 4 milhões das contas dos investigados.
As penas para o crime de invasão de dispositivo informático, lavagem de bens ou valores e organização criminosa podem chegar a 23 anos de reclusão, sem prejuízo de que, com a continuidade das investigações, os suspeitos possam responder por outros crimes em que tenham envolvimento.
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