Trabalhadores argentinos são resgatados de situação análoga à de escravidão em São Marcos, diz MPT; VÍDEO


Recrutador foi preso. Grupo com 18 pessoas teria sido arregimentado para trabalhar na colheita da uva. Produção era comprada por empresas de Santa Catarina e Paraná. 18 trabalhadores argentinos são resgatados de situação análoga à escravidão no RS, diz MPT
Dezoito trabalhadores argentinos foram resgatados em situação análoga a de escravidão em uma propriedade rural de São Marcos, na Serra do Rio Grande do Sul. A ação é do Ministério Público do Trabalho (MPT), com apoio da Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A ação aconteceu na noite de quarta-feira (31).
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O recrutador desse grupo, também argentino, foi preso em flagrante pela Polícia Federal (PF). Ele deve ser responsabilizado por redução à condição análoga a de escravo e por tráfico de pessoas. A identidade dele não foi divulgada.
De acordo com o MPT, os 18 trabalhadores, com idades entre 16 e 61 anos, foram trazidos ao Brasil da província de Misiones para trabalhar na colheita da uva em propriedades de São Marcos e região. A produção local era comprada por empresas de Santa Catarina e Paraná e destinada ao consumo in natura e à produção de geleias.
Alojamento onde eram mantidos trabalhadores em São Marcos
Ministério Público do Trabalho/Divulgação
Segundo a procuradora do MPT em Caxias do Sul e coordenadora regional da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete), Franciele D’Ambros, que acompanhou a força-tarefa, os trabalhadores ingressaram no país em busca de melhores condições de trabalho e de remuneração diante da grave crise econômica no país vizinho.
“Eles foram aliciados mediante falsas propostas de trabalho, moradia e alimentação. Chegando ao Brasil, a remuneração prometida não correspondia ao efetivamente ajustado, assim como a promessa de moradia. A fiscalização flagrou os trabalhadores vivendo em alojamentos em condições precárias, superlotados, sem camas suficientes, dormindo em colchões, não havendo também o fornecimento de água encanada para banho e necessidades básicas em uma das casas, além de frestas nas paredes e risco de incêndio pela precariedade das instalações elétricas”, conta Franciele.
O MPT diz que os trabalhadores estavam no local há cerca de uma semana. Quando eles foram encontrados, a colheita nas propriedades já havia sido concluída.
Local em que os trabalhadores estavam alojados em São Marcos
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)/Divulgação
Acolhimento
O MTE, com apoio do MPT, está providenciando a hospedagem dos trabalhadores em outro local; o cálculo e a cobrança de verbas rescisórias e valores devidos; o encaminhamento do seguro-desemprego para os resgatados e o custeio do retorno do adolescente de 16 anos à sua cidade de origem.
Trabalhadores estavam alojados em condições precárias, segundo o MPT
Ministério Público do Trabalho/Divulgação
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