Na mesma decisão, Justiça torna vereador réu por corrupção e determina retorno dele ao cargo

Celso Cieslak (PRTB), de Ponta Grossa, havia sido afastado do cargo pela Justiça há quase oito meses. Defesa dele afirma que já esperava autorização de retorno e recebeu denúncia com tranquilidade. Entre os alvos da operação, está o gabinete do vereador Celso Cieslak (PRTB)
Redes Sociais
Em uma mesma decisão, a Justiça tornou um vereador réu por corrupção e organização criminosa e determinou o retorno dele ao cargo na Câmara Municipal. O caso aconteceu em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, e é relativo a Celso Cieslak (PRTB).
Ele assumiu o cargo em junho de 2021, no lugar do vereador Valtão (PRTB), após Valtão renunciar por também se tornar réu por corrupção. Dois anos depois, em junho de 2023, Cieslak foi afastado pela Justiça quando foi alvo de uma operação do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A cadeira foi assumida por Sargento Guiarone (PRTB), que em agosto protocolou um pedido de cassação contra Cieslak. Em dezembro, a Câmara rejeitou a cassação de Cieslak, mas ele continuou afastado devido à decisão judicial anterior. Relembre abaixo.
O g1 questionou a Câmara de Vereadores sobre quando Cieslak voltará a assumir o cargo e aguarda retorno.
✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp
✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram
A nova decisão do Poder Judiciário foi proferida nesta quarta-feira (30), pelo juiz Thiago Bertuol de Oliveira.
No documento, ele afirma que não há como se justificar a manutenção do afastamento de Cieslak do cargo sob pena de ofender o princípio da razoabilidade.
“Ainda que possa ter utilizado do cargo para cometer ilícitos (conforme investigações), a manutenção da ordem de afastamento da função pública implicaria, na prática, em cassação judicial de seu mandato. Isso porque já está nessa condição há mais de 6 meses e este é o último ano do corrente mandato”, escreveu o juiz.
Trecho da decisão
Reprodução
O juiz também destaca que os poderes são independentes e esta decisão da Justiça não impede que a Câmara afaste ou casse o mandato do vereador. Porém, em dezembro, um pedido de cassação foi negado pelo plenário.
A defesa de Celso Cieslak afirma que recebeu a decisão de retorno dele ao cargo “sem qualquer surpresa” e julga que ela foi correta por respeitar “o Ordenamento Jurídico vigente e como preconiza a jurisprudência”.
Quanto ao fato do vereador se tornar réu, a defesa diz que recebeu a notícia com tranquilidade, afirmando que Cieslak comparecerá em todos os atos processuais “e ao final será absolvido”.
Leia também:
Nota Paraná: Vencedor de R$ 10 mil recusa dinheiro porque não lembra de ter se cadastrado
Veja valores: ICMS da gasolina, diesel e gás de cozinha sobe no Paraná
Salário: Piso regional do Paraná terá valores entre R$ 1.856 e R$ 2.134 em 2024
Investigações
Celso Cieslak foi alvo de uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP), em junho.
A investigação apurava a existência de uma organização criminosa composta por agentes políticos, servidores públicos e empresários, envolvida nos crimes de fraude a licitações, tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O processo corre em segredo de justiça.
A defesa afirma que Cieslak não cometeu nenhuma irregularidade.
Troca de cadeiras
O eleito para a cadeira ocupada por Celso Cieslak e Sargento Guiarone foi o vereador Valtão, também do PRTB.
Réu por corrupção passiva, Valtão renunciou ao cargo em maio de 2021, enquanto era alvo de um processo de cassação na Câmara de Vereadores. Ele estava no quarto mandato.
Valtão (PRTB)
Reprodução/Facebook
Em junho de 2021, Cieslak assumiu a vaga, que ocupou até junho de 2023, até ser afastado pela Justiça.
Em junho de 2023, o segundo suplente da cadeira, Sargento Guiarone, tomou posse na Câmara de Vereadores de Ponta Grossa.
Vereador Sargento Guiarone
Câmara Municipal/ Divulgação
Vídeos mais assistidos do g1 PR
Leia mais notícias da região em g1 Campos Gerais e Sul.