Pais de professora que morreu após ser arremessada de brinquedo no Mirabilandia ‘estão vivendo luto há um tempo’, diz primo


Dávine Muniz Cordeiro passou mais de quatro meses internada e morreu na madrugada desta quinta (1º). Dávine Muniz Cordeiro sofreu acidente no parque de diversões Mirabilandia
Acervo pessoal
Os pais de Dávine Muniz Cordeiro, de 34 anos, que foi arremessada de um brinquedo no parque de diversões Mirabilandia, “estão vivendo o luto há um tempo”, de acordo com Ricardo Lima, primo da vítima. A professora passou quatro meses internada e morreu na madrugada desta quinta-feira (1º). Ela estava num brinquedo que girava no ar quando as correntes romperam.
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De acordo com Ricardo, Dávine morreu às 6h04 no Hospital Ilha do Leite, no Centro do Recife. Desde que sofreu o acidente, no dia 22 de setembro de 2023, ela passou por dez cirurgias de reparação, duas dela no cérebro.
Ricardo conta que os órgãos da prima foram paralisando com o tempo.
“Eles [os pais de Dávine] já estão vivendo esse luto há um tempo. […] Eles nunca perderam a esperança de que ela iria conseguir reverter, mas eles estavam numa mistura de sentimentos. Ficavam esperançosos e, depois, ficavam preocupados, vendo o que ela estava vivendo”, disse.
Ainda de acordo com ele, após a liberação do hospital, o corpo de Dávine seguiu para o Instituto Médico Legal (IML). O enterro vai acontecer no Cemitério Parque das Flores, no Curado, Zona Oeste do Recife. Entretanto, ainda não há previsão para liberação do corpo.
Falta de manutenção nas correntes provocou queda de balanço usado por Dávine
Ricardo também contou que, há 15 dias, Dávine passou a ter dificuldades para se alimentar pela sonda.
“[A alimentação] entrava, não era aceita pelo organismo e se transformava em diarreia, até que, nesta semana, ela não aceitou mais nenhuma alimentação. Ela já estava numa ladeira e foi indo ladeira abaixo, e foi agravando, agravando, até chegar no desfecho que já estávamos esperando”, declarou Ricardo.
Ainda segundo o primo de Dávine, a família, apesar de esperançosa, sabia que havia poucas chances de a professora se recuperar, e, também, que seria impossível ela retomar a vida que tinha antes do acidente.
“A gente já viu que ela não tinha mais como sair dessa. É difícil, principalmente para os pais. Eles lutaram até o último momento, tendo a certeza de que esse quadro poderia ser revertido. Infelizmente, quando eles souberam, caíram de vez. Estão completamente desnorteados”, contou Ricardo.
Relembre o caso
Cadeira de brinquedo do Mirabilandia se desprende no ar e uma pessoa é arremessada
22 de setembro de 2023: a professora de inglês Dávine Muniz Cordeiro, de 34 anos, ficou gravemente ferida após o balanço onde ela estava se soltar de um brinquedo que girava no ar em alta velocidade, no parque de diversões Mirabilandia, em Olinda. Ela foi levada para o Hospital da Restauração, no Recife, com traumatismo cranioencefálico e lesões em várias partes do corpo;
22 de setembro de 2023: No mesmo dia, o parque foi interditado pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) e pelos fiscais do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea), que fizeram uma vistoria no local;
24 de setembro: Os parentes dela negociavam com o parque a transferência de Dávine para um hospital particular, mas depois, o parque desistiu de custear a internação argumentando que ela tinha plano de saúde;
2 de outubro de 2023: O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determinou que o parque custeasse a internação, sob pena de multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento;
3 de outubro de 2023: Dávine foi transferida para a UTI do Hospital São Marcos, unidade de saúde particular;
2 de novembro de 2023: O Parque Mirabilandia volta a funcionar 40 dias depois da interdição, após seguir as exigências do Procon e do Crea, como a implantação de um plano de manutenção dos brinquedos e equipamentos;
24 de novembro de 2023: Segundo análise do Instituto de Criminalística, a estrutura do brinquedo se rompeu devido à corrosão dos elos das correntes que sustentavam a cadeira;
18 de dezembro de 2023: A família de Dávine diz que ela já respirava sem ajuda de aparelhos, mas não conseguia falar nem mexer partes do corpo. O advogado do parque disse que o Hospital São Marcos avisou não haver necessidade de que Dávine continuasse internada, pois havia risco de ela contrair infecção hospitalar caso permanecesse na unidade;
18 de dezembro de 2023: Segundo a família, a casa onde Dávine morava com os pais, que fica no 1º andar, precisava ser adaptada para receber o home care, e eles estavam esperando o parque custear a reforma.
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