Médico de Sorocaba participa de missão humanitária em hospital de campanha no RS: ‘cenas de guerra’

Eduardo Martins do Prado, que atende na UBS Aparecidinha, em Sorocaba (SP), viajou para Canoas (RS) na sexta-feira (17) em missão humanitária do Ministério da Saúde. Ao g1, pediatra relatou como estão sendo os atendimentos e comentou sobre a necessidade de mais voluntários. Eduardo Martins do Prado é pediatra e trabalha na UBS Aparecidinha, em Sorocaba (SP). Desde sexta-feira (17), a rotina do médico tem sido atender famílias desabrigadas em Canoas (RS)
Arquivo pessoal
Um médico pediatra, que atende na Unidade Básica de Saúde (UBS) Aparecidinha, em Sorocaba (SP), viajou para o Rio Grande do Sul na sexta-feira (17) para ajudar nos atendimentos médicos às vítimas do temporal no estado gaúcho.
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O sorocabano Eduardo Martins do Prado, de 64 anos, viajou com o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) em uma missão organizada pela Força Nacional do Ministério da Saúde.
Segundo o médico, este é o segundo grupo de voluntários de saúde enviado ao hospital de campanha montado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS). O primeiro grupo chegou há cerca de 15 dias.
Ao g1, Eduardo falou sobre a necessidade de mais voluntários para suprir a grande demanda de atendimentos.
“A gente precisa muito de voluntários de saúde aqui. Auxiliares de enfermagem, psicólogos. Já tem voluntários de todo o Brasil, principalmente pessoas que vieram do nordeste. Neste hospital de campanha, atendemos urgência e emergência.”
O pediatra conta que muitas pessoas chegam ao abrigo com fome e que a equipe médica também atua para garantir que os assistidos recebam alimentação.
“Recebi um casal, a mãe amamentando o bebê de três meses. A mãe não tinha o que comer e precisava dar de mamar. Estava com muita fome. Então, além de medicar, precisamos cuidar para que a pessoa receba alimentação adequada”, relembra o médico.
Emocionado, Eduardo se diz comovido ao ver as perdas que muitas famílias tiveram durante as chuvas.
“O que vemos, aqui, em todas as consultas e atendimentos médicos e de enfermagem, são famílias que perderam tudo e estão nos abrigos. São cenas de guerra”, pontua.
Eduardo Prado, com parte da equipe do hospital de campanha montado pela Força Nacional do Ministério da Saúde. Equipes fazem plantões para atender famílias em Canoas (RS)
Arquivo pessoal
O médico explica que, em alguns casos, os agentes de saúde fazem consultas diretamente no abrigo. “Neste abrigo que estamos atendendo [em Canoas], são vários colchões, um ao lado do outro. Estamos indo em cada colchão e fazendo uma consulta médica”, conta.
O abrigo e o hospital de campanha foram montados na Região Metropolitana de Canoas, em uma uma área mais alta da cidade.
O secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Adriano Massuda, informou, em entrevista ao Fantástico, que três hospitais de campanha já estão em funcionamento em Canoas, Porto Alegre e São Leopoldo.
“A Força Nacional de Saúde é composta por profissionais altamente especializados em situação de desastre, em situação de emergência. Como houve estruturas físicas afetadas e os profissionais de saúde também foram muitos afetados, a gente está dando esse suporte também com profissionais de diferentes regiões do país”, diz Adriano.
Missão humanitária
Para o sorocabano, a atuação da equipe médica é “muito mais uma missão humanitária do que técnica”. “Pessoas e crianças que, em sua grande maioria, durante o atendimento, só buscam um olhar, um abraço”, relata.
Eduardo alerta que há muito trabalho a ser feito. “Precisamos de voluntários, de pessoas dispostas a vir para cá [Rio Grande do Sul]. Atendemos no improviso. A gente para, respira e se une. Não tenho data para voltar”, conclui.
Equipes médicas de todos os lugares do Brasil participam de atendimento no hospital de campanha montado pela Força Nacional do SUS em Canoas (RS)
Arquivo pessoal
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