Mulher que testemunhou o assassinato da filha e do marido presta depoimento e diz ter sido agredida pelo ex da jovem; VÍDEO


Mãe e viúva estava em casa quando João Carlos de Oliveira Antunes, de 29 anos, cometeu os crimes. Ele foi preso dias após cometer os homicídios em Miracatu (SP). De acordo com delegado, João Carlos (à esq.) já foi condenado por agressão contra a ex-namorada em Miracatu (SP)
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A mãe de Yasmin Santos de Queiroz e viúva de Francisco Xavier Marques de Queiroz, ambos assassinados pelo ex-companheiro da filha, prestou depoimento à Polícia Civil após o período de luto. Ela, que testemunhou o crime, contou ter sido atirada no chão por João Carlos de Oliveira Antunes, de 29 anos, que foi preso pelos homicídios em Miracatu (SP).
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O g1 teve acesso ao relato da mulher, de 54 anos, que sofreu lesões na região do quadril e braço direito. Aos policiais, ela contou que tentava socorrer o marido, acreditando que ainda estivesse vivo, quando ouviu mais disparos e correu para abrir o portão e pedir socorro [a filha havia acabado de ser baleada]. Em seguida João a empurrou e fugiu.
Yasmin e o pai, o funcionário público Francisco Xavier, de 60, foram mortos na casa da família, na Rua Joaquim Pedroso, na noite de sábado (11). O mecânico foi preso por PMs em um sítio no bairro Pascoval, na madrugada de segunda-feira (13).
Embora a mãe e viúva tenha recordado o empurrão, em depoimento na quarta-feira (15), não lembrou que foi chutada por João Carlos enquanto estava no chão. A agressão foi contada a ela por familiares, que viram as imagens nas câmeras de monitoramento.
A mulher relatou ter ficado com dores na região da nuca, tendo apresentado aos policiais a ficha de atendimento médico e fotografia das lesões sofridas.
Já matei o seu pai, agora é você’, diz mecânico antes matar ex-namorada no interior de SP
Preso em 2022
Segundo o delegado Carlos Eduardo Eiras Alves, que registrou a prisão, o indiciado confessou o assassinato de Francisco durante o interrogatório. Sobre a alegação de João Carlos, de que havia consumido álcool e usado entorpecentes, exames foram realizados e os resultados dos laudos são aguardados.
De acordo com Alves, em 2022 João Carlos foi preso por uma grave agressão praticada contra Yasmin, o que inclusive garantiu uma medida protetiva em favor da vítima — ele não poderia ser aproximar dela. O agressor foi condenado a cumprir um ano e nove meses de reclusão, mas teve a pena suspensa.
“Ele foi liberado na custódia, um dia depois da prisão em flagrante. Depois não foi mais preso, mesmo condenado”, disse.
No interrogatório sobre a morte de pai e filha, o homem disse que a medida protetiva já “havia sido descumprida” porque o casal havia reatado. A Polícia Civil ainda não confirma essa versão. Segundo o delegado, inclusive, o indiciado estava morando e trabalhando em Praia Grande (SP).
Relembre o crime
Câmera de monitoramento flagrou mecânico armado após matar o pai da ex e antes de matá-la em Miracatu (SP)
Reprodução e Reprodução/Redes Sociais
A esposa e mãe das vítimas, de 54 anos, estava em casa no momento do crime. Em depoimento, ela contou que Francisco e Yasmin estavam deitados quando o ex-namorado da filha chegou, arrombou a porta da cozinha e entrou no imóvel, na noite de sábado.
O g1 obteve um vídeo que mostra o mecânico João Carlos empurrando a jovem e pedindo desculpas antes de disparar contra a vítima, que pediu para não matá-la. O atirador respondeu: “Já matei o seu pai, agora é você” (assista acima).
De acordo com o relato da mulher, Francisco foi o primeiro a ser baleado. Com o barulho da porta, ele foi ver o que havia acontecido, quando encontrou com o atirador. Ao todo, foram efetuados três disparos na vítima.
Depois, o mecânico foi ao quarto onde estava Yasmin e levou a jovem para o quintal de casa. Ele também atirou três vezes contra a jovem. Na sequência, o homem fugiu de carro.
Pai e filha foram assassinatos a tiros por ex-namorado da jovem, no Centro, em Miracatu (SP)
Reprodução/Redes Sociais
Os PMs informaram à Polícia Civil que as duas vítimas pareciam estar mortas e acionaram o pronto-socorro da cidade. Uma ambulância foi enviada com uma equipe de resgate e os profissionais constataram a morte do pai e da filha. O Instituto de Criminalística (IC) foi acionado e realizou a perícia.
O caso foi registrado como feminicídio, violência doméstica e homicídio na Delegacia de Miracatu.
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