Escola é fechada em Serafina Corrêa após denúncias de tortura e maus-tratos contra alunos; diretoras estão presas

Crianças tinham entre 7 meses e 4 anos de idade quando os crimes aconteceram, entre 2022 e 2024, de acordo com a Polícia Civil. O Conselho Municipal de Educação determinou o fechamento, de forma cautelar e por tempo indeterminado, de uma escola de educação infantil de Serafina Corrêa, na Serra do Rio Grande do Sul, após denúncias de tortura e maus-tratos contra alunos. Na última quinta-feira (25), duas diretoras da instituição, que é privada, foram presas pela Polícia Civil.
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De acordo com a presidente do conselho, Susana De Pauli, a medida se justifica por duas razões: “a necessidade de adotar medidas preventivas para garantir a segurança e o bem-estar dos alunos” e porque “a instituição está atualmente sem ocupantes nas funções essenciais de diretora, vice-diretora e coordenadora pedagógica”.
As identidades das mulheres presas e da creche não foram divulgadas pela polícia porque isso poderia expor as crianças. O g1 tentou contato com a instituição por telefone e pela internet na manhã desta segunda-feira (29), mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
A Polícia Civil diz que as duas mulheres permanecem presas preventivamente. Elas estão no Presídio Estadual de Guaporé. A medida foi adotada como forma de cautela para que as diretoras não continuassem as agressões e não atrapalhassem as investigações.
Acolhimento
O Ministério Público (MP) instaurou um procedimento para acompanhar o caso junto com a Polícia Civil e com o Conselho Tutelar. O promotor Bruno Bonamente conta que o primeiro passo é “dar início ao acompanhamento das vítimas e de seus familiares”.
“A rede de apoio à escola vai ter que realizar todo um acompanhamento psicológico para eles, além de contatos que já estamos iniciando com o município para uma realocação provisória dessas crianças na rede pública até haver o remanejamento delas para outros estabelecimentos de ensino”, Bruno Bonamente.
A secretária municipal de Educação, Fernanda Tapparo, conta que todas as crianças que estavam matriculadas na creche foram encaminhadas para outras instituições.
O promotor Bonamente afirma que medidas a respeito do caso vêm sendo tomadas desde a semana passada nas áreas da infância e juventude, da educação, do consumidor e criminal.
As agressões
De acordo com a Polícia Civil, as crianças tinham entre 7 meses e 4 anos de idade quando os crimes aconteceram, entre 2022 e 2024.
A tia de uma delas denunciou que a sobrinha, de 2 anos, vinha chegando em casa na semana passada com ferimentos pelo corpo, os quais ela suspeita terem sido causados por mordidas. A família tentava conversar com ela, mas a menina sempre permanecia calada, até que, nesta semana, cedeu e indicou uma das mulheres presas como a responsável pelas agressões.
Já a mãe de outra criança contou que a filha sofria castigos, como ser trancada dentro do box de um dos banheiros com a luz apagada, sendo deixada no escuro por mais de uma hora, além de agressões físicas.
Outros pais também teriam buscado a Polícia Civil para denunciar casos de maus-tratos que seus filhos teriam sofrido na instituição de ensino.
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