Pouso Alegre já foi posto fiscal do ouro extraído em Minas Gerais


Fundada no século 18 com o nome de Matosinho do Mandu, cidade tem origens que remontam ao período de colonização do Brasil por Portugal Vista do alto da Catedral de Pouso Alegre (MG)
Crédito: Almanaque Sul-Mineiro de 1874 e ASCOM da Prefeitura de Pouso Alegre
A história de Pouso Alegre, município de Minas Gerais, se confunde com a de construção do Brasil após a colonização portuguesa. Localizada e nascida nas margens do Rio Mandu, na bacia do Alto Sapucaí, a cidade só seria reconhecida em 1797, no século 18, com o nome pelo qual a conhecemos hoje.
A trajetória do município, contudo, começou a tomar forma bem antes disso. Os registros mostram, por exemplo, que os bandeirantes paulistas adentraram as terras da região por volta de 1596.
O desenvolvimento de Pouso Alegre seguiu o movimento nacional de cidades crescendo em torno de uma Igreja matriz; na imagem, a Catedral da cidade
Crédito: Prefeitura de Pouso Alegre
A procura de ouro e pedras preciosas no Brasil fez com que, logo, a vau do Rio Mandu se tornasse uma passagem obrigatória, facilitando a transposição de viajantes, animais e cargas que vinham de São Paulo e se dirigiam ao sertão das Gerais. A descoberta das minas de Santana desencadeou assim o desenvolvimento do povoado de “Matosinho do Mandu”, primeiro nome conferido a Pouso Alegre.
O ouro das Minas Gerais do Brasil
Por volta de 1755, a Coroa Portuguesa ordenou a construção de um posto fiscal (ou Registro) em Mandu, como era conhecido o povoado. A estrutura burocrática era destinada a evitar o desvio clandestino de ouro das minas de Santana do Sapucaí e Ouro Fino, permitindo a cobrança do “quinto”, imposto exigido por Portugal.
Catedral de Pouso Alegre
Crédito: Prefeitura de Pouso Alegre
A presença de um Fiel acompanhado de guardas neste posto indica que se tratava de um Registro de grande movimento. Em 1764, o governador da Capitania de Minas Gerais, o general Luiz Diogo Lobo da Silva, visitaria a região do Sul de Minas em companhia do secretário de Governo Cláudio Manuel da Costa – passagem referida pelo secretário no poema “Vila Rica”.
Primeiros habitantes e origens do nome
Conta-se que o primeiro a habitar as terras da atual Pouso Alegre foi o aventureiro Antônio de Araújo Lobato, que depois passaria as terras a João da Silva. O novo proprietário dedicou-se à lavoura e doou, por volta de 1795, o terreno para a construção da primeira capela.
Em 1797, o governador de Minas Dom Bernardo José de Lorena, Conde de Sarzedas, passou pelo nascente povoado em companhia do juiz de fora José Carneiro de Miranda.
Encantados pela beleza do lugar, um deles teria declarado que Mandu deveria na verdade ser conhecida como “Pouso Alegre”, nome que anos depois seria sancionado por Lei.
Capela, a cidade em volta e o desenvolvimento
A Capela do Senhor Bom Jesus dos Mártires (ou do Matozinho), localizada hoje onde se encontra a Praça Senador José Bento, foi finalizada em 1799 e elevada dez anos depois à paróquia por um Alvará Régio do próprio dom João VI. O príncipe Regente de Portugal havia chegado em 1808 ao Brasil com a Família Real Portuguesa.
Apesar de não ser pequena e chegar à matriz em 1849, a capela era de construção modesta, coberta com folhas de palmeira. O povoado, por sua vez, foi elevado à Freguesia em 1810 e, em 1831, já foi transformado em vila.
Em 1830, por iniciativa do padre Bento João Dias, o arraial lançaria o primeiro jornal do Sul de Minas e o quinto da província Nas oficinas do pioneiro “Pregoeiro Constitucional” seria impresso nada menos que o projeto da nova Constituição do Império, nomeada “Constituição de Pouso Alegre” – o documento foi elaborado por membros do Partido Moderador.
Belezas naturais e localização estratégica definiram o crescimento da cidade
Crédito: Prefeitura de Pouso Alegre
Padre Bento também criaria “O Recompilador Mineiro”, que entre os anos de 1833 a 1837 se opunha, em um Brasil proclamado independente de Portugal, ao autoritarismo do imperador D. Pedro I.
Em 1848, já no Segundo Reinado e enfim alçada a cidade, Pouso Alegre recebeu a fundação de uma Santa Casa da Misericórdia no Largo do Rosário e a construção da nova Matriz. Em 1895, a chegada dos trilhos da Rede Sul-Mineira tiraria o município do isolamento geográfico, permitindo os primeiros passos rumo ao desenvolvimento moderno.
Vista aérea de Pouso Alegre nos dias de hoje
Crédito: Prefeitura de Pouso Alegre
Prefeitura de Pouso Alegre (MG)
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