Após morte de idoso, família acusa UPH de Sorocaba por negligência em atendimento


Família do João Carlos Machado afirma que ele ficou 12 horas sem atendimento na Unidade de Pronto Atendimento do Éden, em Sorocaba (SP). Caso será apurado pela prefeitura. UPH Zona Oeste
Prefeitura de Sorocaba/Divulgação
A família de um morador de Sorocaba (SP) acusa a Unidade Pré-Hospitalar (UPH) da zona oeste de negligência no atendimento. O homem teria ficado 12 horas sem receber atendimento e morreu na unidade. A prefeitura vai investigar o caso.
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Conforme apurado pela TV TEM, João Carlos Machado fazia tratamento para epilepsia. Após sentir febre, procurou por atendimento na UPH, onde foi medicado e recebeu alta. Pouco tempo depois, ele sofreu uma convulsão e procurou a unidade novamente. A família alega que, na segunda consulta, ele não recebeu nenhuma medicação.
De acordo com a família, foi apenas na terceira ida à UPH, quando ele já estava inconsciente e precisou ser entubado, que o homem entrou na fila da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross), sistema de transferências entre unidades de saúde.
Embora tenha entrado na fila para ser encaminhado para algum hospital de maior complexidade da região, ele não resistiu e morreu na UPH por conta da gravidade do quadro de saúde. A família acusa a unidade de negligência pela demora no atendimento e por inserir informações incorretas no pedido de transferência feito ao Cross.
Família acusa unidade de negligência no atendimento
Reprodução/TV TEM
“No primeiro momento que ele precisava do atendimento que poderia ter salvado a vida dele, não aconteceu. Nas primeiras 12 horas, sabe? Uma medicação, algo que mudasse aquele quadro. A gente tinha consciência de que haveria sequelas, mas não foi nem tentado. Não foi dado um conforto para ele, não foi dado oxigênio, soro, não foi dado nada para o meu pai”, desabafa a filha de João, Daniele Rodrigues Machado.
“Ele foi atendido pela Cross, mas depois de um tempo. Ele foi atendido, foi chamado, mas ele não estava inserido de forma correta. Eles colocaram que ele estava somente com pneumonia e o caso era muito mais grave. Tinha ali uma sugestão de meningite, de AVC e precisava da tomografia. Ele precisava entrar no Cross e precisava que colocassem informações corretas no Cross, só que não fizeram isso”, lamenta.
‘Houve negligência’
A infectologista Naihma Fontana, dona da clínica onde a filha de João trabalha, chegou a ir até a unidade para cobrar o atendimento ao paciente. À TV TEM, ela relatou que o médico que havia assumido o plantão a informou de que ele estava sem prescrição médica, mesmo tendo dado entrada na unidade às 8h, e que os exames iniciais para se fazer um diagnóstico também não haviam sido feitos.
De acordo com Naihma, foi após conversar com a equipe da unidade que o paciente recebeu o tratamento inicial.
“Ao meu ver houve sim negligência nesse atendimento. Ele não teve os cuidados básicos iniciais que poderia ter tido, vide não ter uma prescrição médica, então eu acredito que sim, houveram diversas falhas neste atendimento e isso precisa ser averiguado, precisa ser olhado, porque não é só esse paciente em questão, mas tantos outros que possivelmente estão recebendo esse cuidado aquém do mínimo, então acho que precisa de um olhar mais cuidadoso frente a esses cuidados que estão sendo dados, em especial, nessa unidade”, completa.
A Prefeitura de Sorocaba explicou que todos os protocolos foram seguidos e afirmou que vai investigar o caso.
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