“Tinha que ser o primeiro doutor da família”, disse Ziraldo durante homenagem na UFMG

Escritor é formado pela UFMG em direito, mas nunca exerceu a profissão. Ele será enterrado neste domingo (7), às 16h30, no Rio de Janeiro Ziraldo morreu aos 91 anos, em sua casa, no Rio de Janeiro
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O que muita gente não sabe é que, além de artista, o cartunista mineiro também era advogado. Formado pela UFMG, em 1957, o pai do Menino Maluquinho não chegou a advogar, mas sentia a obrigação de ser ‘o primeiro doutor da família’.
O autor da Turma do Pererê morreu no sábado (6), em um apartamento no bairro da Lagoa, na Zona Sul do Rio, por volta das 15h.
Ziraldo começou a ‘carreira cedo’. Natural de Caratinga, cidade a 300 km de Belo Horizonte, o cartunista publicou seu primeiro desenho aos seis anos no jornal Folha de Minas.
Trabalhou primeiro, em 1950, na revista “Era uma vez…”. Anos mais tarde, depois de passar uma temporada no Rio de Janeiro, o artistou retornou para Minas Gerais e começou a trabalhar no jornal em teve sua ‘primeira arte’ divulgada.
Em 1954, entrou para o time das revistas “A Cigarra” e, depois, “O Cruzeiro”. Em 1957, entrou para faculdade de direito da UFMG, profissão que não exerceu.
Depois de criar a Turma do Pererê, Ziraldo fundou, em 1964, com outros humoristas, “O Pasquim”, semanário usado na luta pela democracia durante a didatura.
Em uma entrevista para UFMG, durante uma homenagem em que recebeu a Medalha de Honra, concedida a ex-alunos de destaque, Ziraldo revelou que só fez a faculdade de direito, pois tinha que ser o primeiro formado da família.
“Eu já desenhava na Folha de Minas, mas naquela época, como filho e neto mais velho, eu tinha a obrigação de ser o primeiro doutor. Havia poucas faculdades – Direito, Medicina, Engenharia e Arquitetura”, relatou em entrevista à UFMG.
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Na homenagem, outras 14 personalidades também receberam a medalha, entre as quais estava a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Despedida
O velório do artista será às 10h deste domingo (7) na Associação Brasileira de Imprensa, no Centro do Rio de Janeiro. O sepultamento acontece às 16h30, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul, também na cidade carioca.
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