Paraguaios resgatados em condição análoga à escravidão em plantação de mandioca no PR são indenizados


Vítimas retornaram para o país natal na quinta-feira (25) com escolta policial. Dois presos devem responder por tráfico de pessoas e por manter pessoas em situação semelhante a escravidão. Operação contra situação análoga a escravidão é realizada no noroeste
Quinze trabalhadores paraguaios resgatados de situação análoga à escravidão em uma plantação de mandioca na área rural de Icaraíma, no noroeste do Paraná, foram indenizados após acordo formalizado pelo Ministério Publico do Trabalho (MPT).
Entre as vítimas, segundo o MPT, estavam quatro adolescentes que faziam trabalho braçal no campo.
A operação de resgate ocorreu na tarde de terça-feira (23) pela Polícia Federal, Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFRON) e Ministério Público do Paraná (MP-PR), após uma denúncia feita ao órgão.
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Segundo o procurador André Vinicius Melatti, uma audiência foi formalizada na tarde de quinta-feira (25) para discutir sobre os pagamentos e orientações sobre a formalização do trabalho no Brasil.
“O MPF vai continuar com os inquéritos e os responsáveis serão responsabilizados, inclusive as duas pessoas presas já tinham assinado ajuste de termo de conduta se comprometendo a não ter mais a submissão desses trabalhadores em condições degradantes”, falou.
Os trabalhadores foram escoltados pela força de segurança até a fronteira com o Paraguai para o retorno das vítimas para o país de origem.
Os valores repassados aos trabalhadores não foram divulgados, conforme o procurador.
Dois presos
Conforme corporação, dois homens responsáveis por uma fazenda foram presos em flagrante por aliciamento e prática de trabalho análogo à escravidão. Os nomes deles não foram divulgados.
Durante a fiscalização, foi constatado que as vítimas estavam em “condições degradantes de trabalho”.
Os responsáveis devem responder por tráfico de pessoas e por manter pessoas em situação semelhante a escravidão.
15 trabalhadores, incluindo adolescentes, são resgatados de situação análoga à escravidão em plantação de mandioca em Icaraíma
Reprodução/ BPFRON
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Condições precárias e falta de pagamento
Os trabalhadores estavam com salários atrasados, alojados em locais precários e sem condições mínimas de higiene, segundo Capitão Namur Hamilton Zandoná.
Também foi constatado que eles não constavam registro em carteira de trabalho e trabalhavam sem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
Os trabalhadores foram socorridos pelo Serviço Social do município e, depois, serão encaminhados para cidade natal.
“Chegamos no alojamento e encontramos situação precária. Foi constatado que houve crime por más condições de trabalho e por tráfico de pessoas”, falou.
15 trabalhadores, incluindo adolescentes, são resgatados de situação análoga à escravidão em plantação de mandioca em Icaraíma
BPFRON
Denúncias
Denúncias do crime de trabalho análogo à escravidão podem ser feitas online, via aplicativo ou também pelo site do MPT.
É possível, também, fazer denúncias pelo disque 100, assim como presencialmente nas unidades de Ministério Público do Trabalho.
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