Piracicaba cai 14 posições em ranking de saneamento básico; entenda ponto a ponto


Cidade tem nota máxima na maioria dos indicadores analisados pelo levantamento, com exceção aos índices de perdas d’água. Município perde em média 598,13 litros de água por dia, por ligação. Torneira com água
Igor Jácome/g1
Piracicaba (SP) caiu 14 posições no Ranking do Saneamento Básico, divulgado pelo Instituto Trata Brasil nesta quarta-feira (20). O levantamento leva em conta vários indicadores dos maiores municípios brasileiros. Entenda abaixo ponto a ponto 👇
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O ranking do saneamento, feito em parceria com GO Associados, analisa distribuição e coleta de água e esgoto, perdas na distribuição, investimento e melhorias realizadas. Os dados, de 2022, são do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades.
O Novo Marco Legal do Saneamento Básico, aprovado em 2020, estipula que a universalização dos serviços seja alcançada até o ano de 2033, garantindo que ao menos 99% da população do país tenha acesso à água potável, e 90%, ao tratamento e à coleta de esgoto.
O levantamento atribui notas (até 10) para cada município com base em oito indicadores analisados, e depois dá uma nota final para a cidade. Piracicaba ficou com nota 9,15 e atingiu a 20ª posição no ranking. Em 2023, a cidade tinha nota 9,14 e estava em 6º lugar.
A metrópole só não atingiu nota máxima nos indicadores relacionados à perdas no faturamento, distribuição e por ligação – cujas notas foram bem abaixo da média.
Já em Limeira (SP), apenas um indicador não teve nota máxima. A cidade ficou em 4º lugar no ranking nacional, com nota 9,98. No ano passado, o município tinha nota 9,3 e estava em 5º lugar.
Veja no gráfico as notas por indicador 👇

Perdas d’água
De acordo com o relatório do ranking, nos três indicadores relacionados às perdas, Piracicaba tem nota abaixo da média.
No caso das perdas no faturamento, é o percentual de água produzida e não faturada, a cidade teve um percentual de 52,13%. Neste caso, quanto menor o percentual, melhor. A média nacional é de 31,79%.
Estação de Tratamento de Água Capim Fino, em Piracicaba
Divulgação/ Semae
Já em relação às perdas na distribuição, o percentual de Piracicaba também é bem acima da média nacional. Esse indicador busca estabelecer uma relação entre a água produzida e a água consumida nas residências.
Quanto menor for essa porcentagem, mais bem classificado o município deve estar, pois uma menor parte da água produzida é perdida na distribuição. Piracicaba perde 53,93% da água produzida. A média nacional é de 35,4%.
O indicador de perdas por ligação diz respeito à quantidade de água perdida por dia, por ligação de água no município. Quanto menor for esse volume, mais bem classificada cidade deve estar, pois uma menor parte do volume de água produzida é perdido.
Piracicaba perde em média 598,13 litros de água por dia, por ligação. A média do ranking é de 448,97.
Em Limeira, os três indicadores relacionado às perdas d’água estão dentro da média e possuem nota máxima.
Investimentos
Além das perdas d’água, o ranking também analisa os investimentos realizados nos últimos cinco anos pelos prestadores e pelo poder público municipal e estadual. Quanto maior o valor, mais investimentos o município realiza.
Prédio do Semae em Piracicaba
Debora Teixeira Oliveira/ Semae
No caso de Piracicaba, foram R$ 328,56 por habitante, segundo o relatório. Limeira investiu R$ 265,99 por habitante. As duas cidades ficaram com nota máxima nesse critério. A média dos maiores municípios é de R$ 138,68.
Outro lado
Em nota, o Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae) informou que o índice de perdas inclui as perdas físicas de água, provocadas por vazamentos ou descargas nas redes de abastecimento, e também as perdas financeiras, que são volumes utilizados, porém não medidos, onde a causa principal é o furto de água (ligações clandestinas, fraudes nas ligações, etc.).
“A falta de investimentos no Plano de Saneamento Básico do município, das gestões anteriores, colaboram para esse índice de perdas d’água, já que grande parte dessa perda acontece durante rompimentos de redes e adutoras”, informou em nota.
A autarquia informou que fez obras para sanar os problemas atuais, com ampliação de estações, execução de adutoras, substituição e extensões de rede. “Nesse sentido, nos últimos 3 anos foram investidos R$ 22,6 milhões em obras e serviços de melhorias no abastecimento municipal.”
Além disso, o Semae ressaltou que estão em andamento outras obras, como a ampliação da Casa de Bombas Unileste e também da Casa de Bomba Pauliceia, que vai aumentar a capacidade de distribuição de água para essas regiões.
“Agora, o Semae vai investir mais cerca de R$ 150 milhões, oriundos de financiamentos à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) I e II do programa Desenvolve SP, além de recursos próprios (tarifa), na execução das obras de ampliação que constam do Plano de Saneamento Básico”, argumenta a autarquia.
Entre elas estão ampliação de adutoras, trocas, ampliação de estação de tratamento de água e troca de 120 mil metros de rede antiga.
“Um outro ponto importante a ser citado na área de investimentos, é a implementação, em janeiro deste ano, do novo contrato de aquisição de energia elétrica pelo Ambiente de Contratação Livre (ACL). A iniciativa vai gerar, em cinco anos, uma economia de R$ 79 milhões aos cofres públicos.”
O g1 também procurou a BRK Ambiental responsável pelo abastecimento em Limeira. Até esta publicação não houve retorno.
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