Mulher denuncia crime de intolerância religiosa no Maranhão: ‘coisas do demônio’

Segundo a lojista e filha de santo, Valderina Abreu, não é a primeira vez que o homem aparece proferindo ofensas, mas que dessa vez ‘foi fora do limite’. Mulher denuncia crime de intolerância religiosa no Maranhão
A proprietária de uma loja de produtos usados em rituais de religiões de matriz africana foi vítima de intolerância religiosa, em Santa Inês, a cerca de 255 km de São Luís. Com um livro nas mãos, que dizia ser uma bíblia, o homem se posicionou em frente a loja de artigos e produtos de umbanda “Mamãe Oxum” e ofendeu a dona do estabelecimento e os clientes que entravam no local.
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Em um vídeo gravado pela própria vítima (veja acima) o homem aparece falando, em voz alta, que ‘quando você se dobra perto de uma imagem, você está adorando o próprio satanás’, e em seguida, aponta em direção a câmera.
Segundo a lojista Valderina Abreu, não é a primeira vez o homem aparece proferindo ofensas, mas que dessa vez ‘foi fora do limite’. No boletim registrado na delegacia, a filha de santo relatou que o homem gritava para ela ‘estudar e aprender sobre a religião’ e que as imagens, que estavam a venda na loja, eram ‘coisas do demônio’.
O presidente do Conselho de Pastores e Ministros Evangélicos de Santa Inês (COMPESI), o pastor Davilson Cardoso, repudiou a ação e, através de um levantamento feito pelo Conselho, identificou-se que o suspeito frequenta uma igreja que não pertence a nenhuma das denominações que integram o conselho. Para o pastor, ‘pregar o evangelho, não quer dizer desrespeitar as demais religiões’. Confira um trecho da nota:
“O Conselho de Pastores e Ministros Evangélicos de Santa Inês (COMPESI), por meio de sua diretoria, vem a público externar seu firme REPÚDIO em disseminação do discurso de ódio, intolerância religiosa e/ou promoção, por qualquer pessoa; deve ser enfrentada por todas as instituições que visam salvaguardar os Direitos Humanos e as Garantias Constitucionais asseguradas pelo ordenamento jurídico pátrio. Nada justifica a falta de respeito às instituições religiosas, e o Estado tem o dever de agir contra atos que violem a dignidade humana”.
No Maranhão, além desse, há mais oito casos de intolerância religiosa em investigação. A presidente da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB/MA, Alda Fernanda Baima, reforça que a ‘intolerância religiosa é crime, inclusive com alteração através da Lei 14.532/2023, que houve um aumento da pena 2 a 5 anos de prisão’.
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