Além de adversários, governo Bolsonaro usava Abin para rastrear entorno dos filhos do presidente, dizem investigadores

Além de autoridades públicas consideradas “adversárias” do governo Jair Bolsonaro, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou ilegalmente pessoas que se relacionavam com os filhos do então presidente da República.
A informação foi dada ao blog por interlocutores da Polícia Federal que acompanham as investigações.
Um dos casos mais flagrantes é um amigo de Jair Renan Bolsonaro – filho “04” do ex-presidente. Segundo a investigação, a Abin não apenas monitorava a localização dessa pessoa, mas também espionava as comunicações dela por computador.
A coleta de dados e provas segue em andamento, mas o que os investigadores descobriram foi o uso de meios do Estado brasileiro, via Abin, para cuidar de assuntos pessoais de Bolsonaro.
Em mais de uma ocasião, o então presidente Jair Bolsonaro citou que queria a “sua polícia” – e que não esperaria ver sua família e amigos prejudicados.
Na famosa reunião ministerial de 22 de abril de 2020, por exemplo, Bolsonaro chegou a usar um palavrão para dizer que não esperaria a Polícia Federal prejudicar “sua família toda” para fazer trocas na corporação.
As mesmas fontes confirmam que eram monitorados os ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além do ex-presidente da Câmara Rodrigo Mais, quando ocupava o comando da casa legislativa.
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