Por que o sequestrador fugia? Por que atirou em passageiros? Veja perguntas e respostas sobre o sequestro de ônibus no Rio


Paulo Sérgio de Lima foi preso após mais de 3 horas do sequestro e de balear 2 passageiros. Homem faz 16 reféns em ônibus na Rodoviária do Rio
Dezesseis passageiros foram feitos reféns por três horas em um ônibus na Rodoviária do Rio, na terça-feira (12). O criminoso fez disparos, e duas pessoas ficaram feridas, uma delas em estado grave. O Bope, a tropa de elite da Polícia Militar, foi acionado para negociar a rendição. Paulo Sérgio de Lima, de 29 anos, acabou se entregando e foi preso.
Por que Paulo Sérgio sequestrou o ônibus? Por que ele atirou em passageiros? Por que ele estava saindo do Rio? Veja abaixo perguntas e respostas sobre o crime.
O caso foi registrado como tentativa de homicídio contra quatro vítimas, cárcere privado e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
Por que Paulo Sérgio estava saindo do Rio?
À polícia, o sequestrador do ônibus disse que ligado ao tráfico de drogas na comunidade da Muzema, na Zona Oeste do Rio e que, no último domingo (10), foi à favela da Rocinha, na Zona Sul, região controlada pela mesma facção criminosa.
Paulo disse ainda que, após desentendimento, trocou tiros e baleou um traficante local. Com medo de sofrer represálias do tráfico, disse Paulo Sérgio, se escondeu em hotéis da cidade até esta terça, quando decidiu ir para Juiz de Fora para a casa de familiares. A versão contada pelo sequestrador será investigada pela polícia.
O que aconteceu antes do crime?
Janela do ônibus ficou com ao menos 7 marcas de tiro
Thaís Espírito Santo/g1
Um ônibus da empresa Viação Sampaio, operado pela Viação Útil, saiu da Rodoviária do Rio às 14h30 da tarde desta terça. O veículo tinha como destino a cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais.
Ao todo, 37 pessoas compraram passagens para a parte superior do ônibus, na categoria executiva, e 6 passageiros para a área inferior, onde os ocupantes viajam na categoria leito.
Entre os passageiros, estava Paulo Sérgio de Lima, que foi até o guichê da empresa Útil, poucos minutos antes de o ônibus sair e comprou sua passagem com dinheiro em espécie.
Em seu depoimento à Polícia Civil, Paulo achou que ao comprar a passagem as pessoas perceberam que ele estava com uma quantia muito grande em espécie e passaram a suspeitar dele.
Ônibus quebrou antes do sequestro?
Com todos os passageiros acomodados em seus lugares, o ônibus deixou a Rodoviária do Rio em direção a Minas. Pouco depois de deixar a rodoviária, o ônibus começou a apresentar problemas no ar-condicionado.
Por conta do problema, o motorista decidiu voltar para a rodoviária para consertar o ar-condicionado. Chegando lá, alguns passageiros deixaram o veículo por conta do calor. Foi nesse momento que começou o sequestro.
Por que Paulo Sérgio atirou?
Paulo Sérgio contou aos policiais que achou que o veículo estava sendo cercado por policiais ao parar na rodoviária. Afirmou que ficou com medo, já que estava fugindo de traficantes. Quando um dos passageiros retornou ao veículo, ele disse que achou que seria um policial e que seria preso.
Paulo disse que sacou a arma, segundo ele, para se entregar. Mas o passageiro que voltava ao ônibus se assustou e correu. Nesse momento, Paulo disse atirou e acabou acertando outro passageiro, o funcionário da Petrobras Bruno Lima da Costa, de 34 anos. Os disparos pegaram no tórax e no abdômen.
O passageiro que correu foi atingido por estilhaços, atendido no local e liberado. O nome dele não foi divulgado.
Qual o estado de saúde de Bruno?
Bruno foi encaminhado para o Hospital Souza Aguiar, onde passou por uma primeira cirurgia. À noite, foi levado para o Instituto do Coração (Incor), para retirar a bala que atingiu a região docoração.
Até o fim da noite, não havia informações sobre a segunda cirurgia que seria submetido.
Bruno Lima de Costa Soares foi baleado durante sequestro em ônibus no RJ
g1
Como terminou o sequestro?
O sequestro que durou mais de três horas foi encerrado com a negociação de uma equipe do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Polícia Militar. A área foi isolada, e um negociador fez a mediação com o sequestrador.
Os negociadores tentaram estabelecer um diálogo com o sequestrador através de um megafone.
Segundo o delegado Mário Andrade, titular da 4ª DP (Praça da República) e responsável pelas investigações, a única exigência que o sequestrador fez foi que uma refém entrasse nas redes sociais para ele ver o que estava acontecendo. Ele queria que a imprensa chegasse para garantir sua integridade física.
Em determinado momento, Paulo Sérgio aceitou se render. Seu único desejo era não ser entregue para o tráfico.
A quais crimes o sequestrador vai responder?
Segundo a Polícia Civil, Paulo Sérgio vai responder por:
tentativa de homicídio contra quatro vítimas;
sequestro;
porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
O que aconteceu com os reféns?
Todos os 16 reféns foram libertados sem ferimentos e depois atendidos pelo Corpo de Bombeiros. Entre eles, havia uma mãe com uma criança de colo e seis idosos.
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