Suspeito de matar a ex-mulher no RJ é achado morto dentro da cela


Preso estava em uma cela na Delegacia de Homicídios da Capital. Em nota, a Polícia Civil afirma que ele cometeu suicídio e que o caso será investigado. Ao chegar preso na sexta-feira (19), Rogério Massaroni levou bolsada de familiar de vítima. Parente de vítima de feminicídio dá bolsada em preso pelo crime de feminicídio
Reprodução/Henrique Coelho/g1
Um preso suspeito de cometer um feminicídio no Alto da Boa Vista, na última semana, foi encontrado morto em sua cela na Delegacia de Homicídios da Capital, na Barra da Tijuca, onde estava sob custódia. A suspeita é que Rogério Cabral Massaroni tenha cometido suicídio, se enforcando.

Em nota, a Polícia Civil afirmou que fez uma perícia e um procedimento será instaurado para investigar o caso. A Corregedoria da Polícia Civil acompanha a investigação.
Suspeito levou bolsada
Na porta da Delegacia de Homicídios da Capital, na Barra da Tijuca, familiares se exaltaram quando Rogério Cabral Massaroni, conhecido como Bodão, chegou detido por agentes na sexta-feira (19).
“Você destruiu a minha família”, gritou Genilza Machado, prima da vítima.
Outra chegou a usar a bolsa para bater na cabeça do preso.
Ameaças
O crime foi na manhã de quinta-feira (18), na comunidade Agrícola, e a prisão foi na Mata Machado. Os familiares afirmam que Marcele Pereira da Silva levou ao menos sete facadas do ex-marido, com quem tinha duas filhas.
Genilza afirma que Marcele tinha conseguido mais de uma medida protetiva contra Rogério, mas foi em vão – e que era ela que vivia com medo, dentro de casa.
“Ele falou que ele só não entrou para matar todo mundo naquela casa porque a filha estava lá”, disse Genilza. “Quem estava em ‘cárcere’ era ela, e ele estava solto. Ele que tinha que ser preso, e não ela. Por que não prenderam ele, por quê? Deixaram ele solto.”
Mulher é assassinada a facadas no Alto da Boa Vista; família da vítima acusa o ex-marido que a ameaçava
De acordo com parentes, Marcele já vinha sendo ameaçada e agredida pelo ex, com quem tinha uma filha de 7 anos e uma outra de 21.
“Ele já vinha com ameaças, e hoje [quinta] ele acabou cumprindo as ameaças dele. Tirou a vida da minha filha”, disse Ledina Silva, mãe de Marcele.
Segundo Lidiane Machado, prima da vítima, o ex-companheiro já tinha sido agressivo em 2021, e Marcele chegou a fazer um exame de corpo de delito após ser queimada por cigarro.
“Ele a queimava com cigarro. Eu presenciei isso, levei ela pra fazer corpo de delito em 2021. Foi feito o corpo de delito e nada foi feito. E ela retornava para casa com ele porque ele ameaçava a família, ameaçava o irmão dela, que é especial, ameaçava a filha, né? Ele ameaçava colocar veneno na caixa d’água, na casa deles, na casa da minha tia. Então, assim, ele fazia as artimanhas dele para que ela retornasse para casa com ele”, destacou a prima.
Após ser atacada, Marcele chegou a ser levada para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas não resistiu aos ferimentos.
Familiares afirmam que, após o crime, o suspeito roubou o celular da vítima e passou a ameaçá-los também.
“[Após a morte] Comecei a receber as ameaças dele por volta de 10h, ficou até umas 11h30, ele me mandando mensagens para o meu celular”, afirma Patrícia Lima, prima de Marcele.

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