Em meio a surto de dengue no AC, Complexo Penitenciário de Rio Branco passa por borrifação para conter mosquito


Iapen não informou quantos casos suspeitos ou confirmados da doença foram registrados, mas afirma que ação é preventiva. No dia 14 de janeiro, um detento do interior do estado morreu de dengue hemorrágica após 18 dias internado. Todas as celas foram borrifadas segundo o Iapen
Clébson Vale
Em meio a um surto de dengue em todo o estado, o Complexo Penitenciário de Rio Branco (FOC) passou por um processo de borrifação de celas, de toda a extensão dos prédios e também na área externa para conter o mosquito Aedes aegypti. Equipes da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) da capital acreana estiveram no FOC na segunda-feira (22) e terça-feira (23).
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O Instituto de Administração Penitenciária (Iapen-AC) não soube informar quantos casos suspeitos ou confirmados da doença foram registrados nos presídios do Acre, mas informou que a ação é preventiva, e foi solicitada por conta do crescimento de casos em todo o estado.
“A gente tem notado o aumento dos casos de dengue na cidade, então, gerou uma preocupação por parte da gestão, na qual se viu necessário realizar uma formalização, um ofício para a prefeitura, para que a gente investisse nessa ação e, de certa forma, trabalhasse o lado preventivo na questão da saúde de cada um que vive e trabalha nesse ambiente”, explicou o presidente do Iapen, Alexandre Nascimento.
Conforme o Iapen, a borrifação começou pelo Presídio Antônio Amaro Alves, seguiu para a Unidade de Recolhimento Provisório (URP), Unidade de Regime Fechado (URF) e chegou ao Presídio Feminino.
A borrifação foi realizada primeiro dentro dos prédios, incluindo as celas, e depois seguiu para a parte externa, de acordo com o instituto.
“Nos ajuda muito, tanto em relação à saúde das presas, quanto dos servidores. Além disso, quando as detentas ficam doentes e precisam ser levadas para as Unidades de saúde, tem a questão de segurança e toda uma logística, o que demanda um esforço muito grande por parte da Unidade e do Estado, para as saídas externas, e trabalhando assim, de forma preventiva, é sempre muito melhor”, destacou Jonys Araújo, diretor da unidade feminina.
Morte de detento
Ivan Souza da Silva morreu de dengue hemorrágica no Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul
Reprodução
No dia 14 deste mês, o detento identificado como Ivan Souza da Silva, de 31 anos, morreu de dengue hemorrágica no Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, interior do Acre. Esta foi a primeira morte pela doença confirmada em 2024 no estado.
Segundo o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen-AC), que publicou uma nota de esclarecimento, ele estava internado há 18 dias e o hospital tinha solicitado transferência fora de domicílio (TFD) para que o tratamento dele tivesse continuidade em Rio Branco.
“Porém, o nível de plaquetas do paciente não se estabilizou, não sendo possível transferi-lo por este motivo”, acrescenta a nota, assinada pelo presidente do instituto, Alexandre Nascimento.
Na certidão de óbito da vítima, consta que as causas da morte foram “hemorragia intraparenquimatosa, plaquetopenia e dengue”.
Ainda de acordo com o Iapen, a família do reeducando estava acompanhando a situação no hospital e o instituto realiza os trâmites do velório e enterro.
Situação de emergência
O governo decretou situação de emergência no Acre por conta do aumento de 106,6% dos casos de dengue. O decreto foi publicado em uma edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE) no dia 5 de janeiro e é válido por 90 dias.
Conforme dados do Núcleo de Doenças de Transmissão Vetorial da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), entre janeiro e início de dezembro de 2023 foram notificados 5.445 casos de dengue no estado acreano. Destes, 3.755 deram positivos.
Já na primeira semana epidemiológica do ano, o Acre confirmou 32 casos da doença. Do dia 31 de dezembro de 2023 a 6 de janeiro deste ano, foram 32 casos da doença em seis municípios, segundo dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, atualizados no dia 10 de janeiro.
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