Amigo de Robinho citado em processo que levou ex-jogador à prisão morre no litoral de SP


Rudney Gomes foi citado no processo, mas não foi condenado pela justiça italiana. Crime de violência sexual coletiva contra mulher albanesa ocorreu em 2013, na Itália. Rudney Gomes (à esq.), citado no processo que levou Robinho à prisão (à dir.), morreu em Santos (SP)
Reprodução
Rudney Gomes, citado no processo que levou o ex-jogador Robinho à prisão por estupro, atentou contra a própria vida em Santos, no litoral de São Paulo. Conforme apurado pelo g1, ele se jogou do 11º andar de um prédio e morreu no local.
Robinho é o único preso entre os seis homens acusados de estuprar uma mulher albanesa na Itália, em 2013. Condenado pela justiça do país europeu, ele cumpre a pena de nove anos na Penitenciária 2 de Tremembé (SP). Rudney foi citado no processo, mas não condenado.
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Rudney morreu após se jogar do prédio localizado na Avenida Ana Costa, no bairro Gonzaga, por volta das 19h da última terça-feira (19). De acordo com o boletim de ocorrência, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e constatou a morte dele no local.
O caso foi registrado como suicídio na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santos.
Prisão de Robinho
À esquerda, Robinho na fotografia de registro. À direita, Penitenciária em Tremembé (SP)
Reprodução e Laurene Santos/TV Vanguarda
O ex-jogador foi detido pela Polícia Federal na cobertura onde morava em Santos. A sentença foi dada pela justiça italiana em 2022. A prisão aconteceu após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir que ele deveria cumprir a pena por estupro coletivo em solo brasileiro.
O g1 apurou que, na denúncia, a mulher albanesa citou Robinho e mais cinco homens, são eles: Ricardo Falco, Rudney Gomes, Clayton Santos, Alexsandro da Silva e Fabio Galan.
No processo de Robinho, obtido pelo g1, a justiça italiana considerou que, depois de terem “assistido ao que estava acontecendo” entre o ex-jogador e a mulher, os homens “abusaram analogamente [igualmente] da pessoa lesada, obrigada a relações orais e vaginais para com eles”.
As defesas dos cinco homens mencionados acima não foram localizadas até a última atualização desta reportagem.
Robinho foi preso pela PF
Reprodução/TV Globo
Segundo condenado
Além de Robinho, a justiça italiana também condenou Ricardo Falco, amigo do ex-jogador, a nove anos de prisão pelo crime. As condenações dos dois foram determinadas em terceira e última instância, ou seja, sem nova possibilidade de recurso.
Ao contrário de Robinho, porém, a justiça brasileira ainda não determinou se Falco deve cumprir a pena no Brasil. Não há informações sobre uma data para este julgamento.
E os outros quatro?
Rudney Gomes, Clayton Santos, Alexsandro da Silva e Fabio Galan, os demais citados na denúncia, porém, não foram condenados pela justiça italiana. Segundo o documento, eles não havia sido localizados.
O g1 apurou junto a um advogado que, em situações em que os acusados não são localizados pela Justiça, os processos são ‘suspensos’, sendo retomados quando os mesmos são notificados e, então, têm a possibilidade de se defender.
Robinho na cadeia
O ex-jogador ficou 10 dias sozinho em uma cela de 8m² para adaptação e realização de avaliações necessárias pela equipe da penitenciária. Depois deste período, ou seja, desde o último dia 31 de março, ele passou a dividir com outro detendo uma cela comum de 2×4 metros de dimensão.
Agora, de acordo com Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), o ex-jogador poderá participar de partidas de futebol, além de oficinas de teatro, aulas de inglês, ações religiosas, ensaios musicais e sessões de filmes seguidas de comentários.
Robinho está preso na Penitenciária de Tremembé (SP)
TV Globo/Reprodução
O advogado José Eduardo Alckmin afirmou ao g1 que Robinho está bem e vivendo a rotina do presídio. Ele não teve contato com o ex-atleta desde a prisão. As informações sobre a situação na penitenciária são passadas pela esposa do ex-jogador à defesa.
“Claro que ele preferia estar solto e vivendo a vida dele. Mas, dentro do possível, ele está bem”, afirmou o advogado.
Trabalho e família
Com o fim do período de isolamento, o ex-jogador poderá trabalhar dentro da penitenciária, conforme critérios — não especificados pela SAP — do Centro de Trabalho e Educação da unidade, além de receber visitas da família.
Em nota, a SAP explicou à equipe de reportagem que Robinho será chamado para indicar de quais familiares quer receber visitas. Em seguida, as pessoas escolhidas poderão encaminhar a documentação necessária para confecção da carteirinha de visitante.
Robinho durante audiência de custódia em Santos (SP)
Jornal Nacional/Reprodução
Com a documentação de acordo com as exigências do Regime Interno Padrão da SAP, o ex-jogador poderá receber os familiares na penitenciária aos finais de semana.
Presídio dos famosos
A penitenciária, onde Robinho cumpre pena, é conhecida como ‘presídio dos famosos’. No local, há detentos de outros casos de repercussão, como:
Alexandre Nardoni, condenado pela morte da filha Isabella
Cristian Cravinhos, preso pelo assassinato do casal Richthofen
Lindemberg Alves, que matou Eloá Pimentel
Gil Rugai, condenado pela morte do pai e da madrasta.
O local já recebeu também Mizael Bispo, que cumpriu pena por matar Mércia Nakashima, e Edinho, o filho de Pelé.
Conheça a P2 de Tremembé, para onde Robinho foi transferido em SP; local é chamado de ‘presídio dos famosos’.
Arte/g1
Crime
O crime de violência sexual coletiva ocorreu em 2013, quando Robinho era um dos principais jogadores do Milan, clube de Milão, na Itália. Nove anos após o caso, em 19 de janeiro de 2022, a justiça daquele país o condenou em última instância a cumprir a pena estabelecida.
Robinho foi condenado após ter estuprado junto com outros cinco homens uma mulher albanesa em uma boate em Milão. A vítima, inclusive, estava inconsciente devido ao grande consumo de álcool. Os condenados alegam que a relação foi consensual.
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