‘Noiadance’: ritmo criado em Porto Velho conquista o top viral do Spotify no Brasil e em Portugal


Sucesso começou no TikTok. Artistas e influenciadores usaram o ritmo em vídeos e ampliaram ainda mais o engajamento. Artistas e influenciadores dançam o ‘noiadance’, ritmo criado em Porto Velho.
O “Noiadance”, ritmo que nasceu em regiões periféricas das zonas Leste e Sul de Porto Velho, ganhou destaque internacional após viralizar nas redes sociais. Com menos de um mês de lançamento, “Santinha” entrou no ranking das músicas virais do Spotify Brasil e Portugal.
A música é composta por Caroliny Silva Campos e interpretada por Canal Remix, Felipe Morais, Mc Leoa e Mc Sapinha. O hit foi produzido por Felipe Morais, DJ portovelhense de 24 anos, que trabalha como produtor musical há cerca de oito anos e acompanhou de perto a ascensão do noiadance.
O sucesso começou no TikTok. Artistas e influenciadores como Carlinhos Maia, Álvaro, Mari Fernandez e Rafa Kalimann usaram o ritmo em vídeos e ampliaram ainda mais o engajamento (veja acima).
Ao g1, o DJ Felipe Morais informou que não esperava por esse sucesso, pois era apenas uma música feita para tocar nas noites portovelhenses, mas que acabou “saindo da bolha”.
“Não esperava que tivesse essa repercussão toda pelo Brasil, eu nem estava preparado para isso. Fui pego de surpresa com várias notificações nas minhas redes sociais e conhecidos me mandando mensagens, falando que a ‘Santinha’ estava bombando”, disse.
De acordo com o DJ, essa é uma oportunidade de levar o hit portovelhense para o Brasil e até para outros países. Agora, o objetivo é ultrapassar as barreiras e popularizar ainda mais o noiadance.
“A ideia desse álbum era ser algo diferente, algo jamais feito aqui na região. Eu quis deixar bem claro que foi feito em Porto Velho, que é algo da minha terra, da nossa terra, e que, querendo ou não, representa parte de Rondônia atualmente”, ressaltou.
Dutch House
Segundo os DJs e produtores Lucas Ferraz, Kelvin Douglas, Yuri Lorenzo e o administrador do Canal Remix, Carlos Eduardo, a vertente eletrônica chamada “Dutch House” nasceu em 2009 e ganhou força em Rondônia no ano seguinte, em 2010.
“Produzir o Dutch House não é uma tarefa fácil. Exige empenho, criatividade e muita paciência para conseguir criar algo envolvente a cada remix”, explicaram.
Um produtor conhecido como “Yvan Serano” adaptou o estilo com elementos mais envolventes como Moombahton, Latin House e Funk. Foi quando surgiu o estilo único da música eletrônica característica de Porto Velho, segundo os DJs e produtores.
Noiadance?
O ritmo, que foi apelidado pelos portovelhenses de “noiadance”, mas também é conhecido como “leskerray”, chegou primeiro no coração dos moradores da Zona Leste e Sul de Porto Velho.
Marginalizado por vários, durante muitos anos, a vertente de música eletrônica era uma das principais características das festas dessas regiões.
Nos últimos anos, o “noiadance” chegou na região central da capital rondoniense e encontrou espaço em todas as datas comemorativas, além de ser um dos estilos mais pedidos nas festas da cidade.
Criar novas batidas para hits que já estão em alta é uma das marcas do “noiadance”, além de aproveitar sucessos adormecidos. De acordo com os produtores do Canal Remix, as músicas de maior sucesso nas plataformas de streaming ganham força em Porto Velho quando viram um remix.
“Geralmente fazemos remix das músicas que são de maior sucesso nas plataformas de streaming. O trabalho vale muito a pena quando conseguimos os resultados esperados e a satisfação do nosso público”.
Mari Fernandez dança ‘noiadance’, ritmo de Porto Velho
Reprodução
Adicionar aos favoritos o Link permanente.