Polícia indicia 5 e conclui que engenheiro de férias no Brasil foi morto por causa de celular e dólares


Beto Braga foi encontrado sem vida em um quarto de hotel em Ribeirão Preto, em dezembro de 2023. Dois dos indiciados são apontados como responsáveis pela morte e estão presos. Paulo Roberto Carvalho Pena Braga Filho, de 34 anos, foi achado morto em Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte do engenheiro Beto Braga, em dezembro de 2023 em Ribeirão Preto (SP), enquanto ele passava férias com a família.
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Ao todo, cinco pessoas foram indiciadas, sendo duas apontadas como responsáveis por matar o engenheiro por estrangulamento durante um encontro: Marcelo Fernandes Fonseca e Gabriel Sousa Brito.
Ambos já estão presos temporariamente, mas, no inquérito, o delegado Targino Osório, responsável pelas investigações, pede a prisão preventiva deles, o que ainda será analisado pela Justiça.
“Temos como incompatível a liberdade a quem está envolvido na prática desse tipo de crime. Importante, ainda, deixar claro, que a custódia cautelar dos indiciados Gabriel Sousa Brito e Marcelo Fernandes da Fonseca, além de resguardar a ordem pública, imprimirá maior celeridade à prestação jurisdicional, permitindo a rápida formação da culpa”, diz Osório no documento.
Gabriel Sousa Brito (à esquerda) e Marcelo Fernandes Fonseca (à direita) são suspeitos da morte do engenheiro Beto Braga em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Além deles, os outros indiciados são: Thiago Soares de Souza, Jonas Manoel Dinardi Alves Teixeira e Cristhian da Silva Martins.
Eles respondem em liberdade pela comercialização e receptação do celular da vítima. O aparelho foi entregue desmontado à polícia no último dia 16 de fevereiro.
O g1 tenta contato com a defesa dos citados nesta terça-feira.
Celular e dólares motivaram crime
Ainda no inquérito, o delegado conclui que a morte do engenheiro foi cometida com a intenção de roubar pertences da vítima, como um iPhone 15, avaliado em R$ 8,2 mil, US$ 800 em espécie, um par de tênis e cartões bancários.
Desde o início, a Polícia Civil investigou o caso como latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte.
“Em face do apurado, entendendo que efetivamente Gabriel Sousa Brito e Marcelo Fernandes da Fonseca, conluiados entre si, ceifaram a vítima de Paulo Roberto de Carvalho Braga Filho mediante estrangulamento, com objetivo único e exclusivo de subtrair seus bens”, destaca o inquérito.
As conclusões da polícia serão enviadas ao Ministério Público, que decidirá se oferece ou não denúncia à Justiça.
Celular do engenheiro Beto Brega foi entregue desmontado à Polícia Civil em Ribeirão Preto, SP
Lucas Faleiros/CBN Ribeirão
Celular entregue desmontado
Segundo Targino Osório, os registros do iPhone 15 poderiam ajudar a investigação, mas, como ele foi entregue à polícia desmontado, não houve serventia.
“Não temos os dados que estavam armazenados. Ali poderia conter alguma informação a respeito do encontro do Beto com as pessoas. Isso prejudica um pouco, mas a prova cabal é de que o aparelho foi subtraído do Beto e foi apreendido hoje. O que ele trouxe é carcaça, só o aparelho, sem os dados”, afirmou.
De acordo com a investigação, quem estava com o aparelho era Thiago Soares de Souza, que no início de fevereiro se apresentou à polícia e contou que havia recebido o smartphone de Marcelo Fernandes Fonseca, um dos suspeitos presos pelo crime.
Para o delegado, a apreensão do celular, mesmo que sem os dados, só reforça a tese de que Beto foi assassinado por causa do aparelho.
Dois presos
Suspeitos da morte do engenheiro Beto Braga participam da reconstituição do crime em Ribeirão Preto
Murilo Badessa/EPTV
No início de fevereiro, a Polícia Civil fez a reconstituição do crime e os dois suspeitos presos, Marcelo Fernandes Fonseca e Gabriel Sousa Brito, confessaram ter matado o engenheiro.
De acordo com o delegado Targino Osório, durante a reprodução, Gabriel afirmou aos investigadores que aplicou uma gravata em Beto. Já Marcelo disse que amarrou os pés da vítima e que usou uma camiseta para estrangulá-la.
As versões contradizem o que eles disseram durante o primeiro depoimento à polícia, quando um responsabilizou o outro pela morte.
Relembre o caso
Beto tinha 34 anos e vivia em San Diego, nos Estados Unidos. Em dezembro, ele viajou até Ribeirão Preto para passar as festas de fim de ano com os pais.
Na noite de 28 de dezembro, saiu da casa dos pais, no bairro Santa Cruz, zona Sul da cidade, dizendo que ia se encontrar com amigos.
No dia seguinte, a irmã dele, que também mora nos EUA, recebeu uma mensagem de um desconhecido dizendo que havia encontrado o celular do engenheiro. Ela avisou a mãe em Ribeirão Preto, que procurou a Polícia Civil para registrar o desaparecimento do filho.
Orientada e acompanhada pelos agentes, a mãe marcou um encontro em um shopping para recuperar o telefone, mas a pessoa não apareceu.
O corpo de Beto foi encontrado na noite de 30 de dezembro, após um motorista de aplicativo identificado como sendo o profissional que pegou o engenheiro na porta de casa levar a polícia a um apartamento próximo à Avenida do Café.
Segundo a polícia, testemunhas disseram que o imóvel era alugado por garotas e garotos de programa. O corpo de Beto foi achado com os pés amarrados e sinais de violência no pescoço e estava em avançado estado de decomposição.
As investigações chegaram aos garotos de programa Gabriel Sousa Brito e Marcelo Fernandes Fonseca como autores do roubo do celular e do assassinato. Eles estão presos preventivamente.
O laudo do IML apontou que Beto foi morto por estrangulamento.
À esquerda, foto enviada por Beto Braga a amigo antes de ser achado morto; à direita, foto feita pela Polícia Civil no apartamento onde engenheiro foi localizado Ribeirão Preto, SP
Polícia Civil
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