Médica do Corpo de Bombeiros é sequestrada por criminosos e obrigada atender homem ferido na Favela do Muquiço


Capitã, de 60 anos, entrou por engano na comunidade após pegar retorno na Avenida Brasil. Ela ficou quase 2 horas sob a mira das armas dos criminosos. Favela do Muquiço, Zona Oeste do Rio
Reprodução/TV Globo
Uma médica do Corpo de Bombeiros foi sequestrada, pouco depois das 7h desta terça-feira (5), por criminosos da Favela do Muquiço, em Deodoro, na Zona Oeste do Rio, e obrigada a atender um homem baleado na mão.
A capitã de 60 anos estava utilizando um aplicativo de trânsito para chegar no quartel de Guadalupe, onde tinha uma apresentação nesta manhã.
A mulher contou ao g1 que saiu de casa, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, pegou a Transolímpica, e acessou a Avenida Brasil, sentido Centro. Quando pegou o retorno para acessar a pista sentido Zona Oeste, acabou entrando por engano em um dos acessos à Favela do Muquiço.
Neste momento, ela foi abordada por dois criminosos e começou a dar explicações sobre o motivo de ter entrado na comunidade.
“Me apresentei, disse que era médica, e que estava indo fazer uma apresentação no quartel do Corpo de Bombeiro”, afirmou a médica.
Quando os criminosos souberam que ela era médica, disseram que precisavam que ela atendesse uma pessoa dentro da comunidade.
A médica ficou sob a mira das armas dos criminosos por quase duras horas. “Agradeço que estou viva. Nós que trabalhamos em ambulância temos experiencia em entrar em comunidades. Graças a Deus estou salva e viva”, disse a vítima.
Carro de médica sequestrada na Favela do Muquiço
Reprodução
Depois de atender o homem ferido em uma das ruas da comunidade, a médica contou que os bandidos queriam que ela usasse drogas.
“Foi nesse momento que fiquei muito nervosa. Depois eles queriam pegar meu computador. Eu expliquei que era meu instrumento de trabalho. Aí, eles pegaram minha aliança”, explicou a médica.
Uma dupla em uma moto escoltou a médica até a saída da comunidade, no acesso para a Avenida Brasil. Um dos ocupantes da moto disse que ela tinha sido muito “bacana” e devolveu a aliança.
A profissional conseguiu deixar a comunidade em seu próprio veículo pouco depois das 9h. Como estava muito nervosa, pediu ajuda de uma ambulância que encontrou no caminho para chegar até o Quartel de Guadalupe.
O caso vai ser registrado na 31ªDP (Anchieta). O g1 procurou a assessoria dos bombeiros, mas até a publicação desta reportagem não tinha obtido retorno. A médica disse que está recendo todo apoio do Corpo de Bombeiros.
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