Homens confessam ter matado jovem que teve corpo concretado

O corpo de Clara Maria foi encontrado pela polícia no corredor da residênciaReprodução

A Polícia Civil de Minas Gerais informou, nesta quinta-feira (13), que dois homens que haviam sido presos pela morte de Clara Maria Venâncio Rodrigues, 21 anos, em Belo Horizonte, confessaram o crime.  A Polícia Civil vem investigando o caso desde o registro de boletim de ocorrência do desaparecimento da jovem, na última terça-feira (11).

Mas Clara Maria Venâncio Rodrigues desapareceu no domingo à noite (10), quando disse a um amigo que, após o expediente na padaria em que trabalhava, iria até a casa de um ex-colega de trabalho para receber uma dívida de R$ 400.

Por volta das 22h45, ela teria enviado uma mensagem dizendo que tinha pego o valor e estava indo para casa. O trajeto duraria cerca de dez minutos, mas horas se passaram e Clara Maria não voltou.

O amigo chegou a ligar para ela algumas vezes, até que recebeu outra mensagem, por volta de 00h30 de segunda-feira (10), afirmando: “Oi, estou bem. Estou ocupada agora”.

No entanto, ele contou que a jovem não tinha costume de responder dessa forma. 

Esse amigo ainda tentou contato com o ex-colega de trabalho com quem ela disse que ia se encontrar, mas não conseguiu. Na segunda, os celulares dele e de Clara Maria pararam de receber mensagens e ligações.

O amigo registrou boletim de ocorrência de seu desaparecimento na terça-feira e, na tarde de quarta-feira (12), a Polícia Civil encontrou o corpo da vítima enterrado em um corredor estreito de uma quitinete do bairro Ouro Preto, na Região da Pampulha.

Clara Maria Venâncio Rodrigues, de 21 anos, morreu no domingo (10) à noiteReprodução

Segundo a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros, o cadáver estava coberto por terra, entulho e concreto ainda úmido, dando indícios de que tenha sido enterrado no dia anterior.

Um suspeito, de 27 anos, morador da quitinete que estava dormindo na casa na hora da abordagem, foi detido. Outro homem de 29 anos e um terceiro de 34, suspeitos de envolvimento, também foram levados para a delegacia.

A confissão

De acordo com a Polícia Civil, que nesta tarde convocou a imprensa para uma coletiva, os homens de 27 anos e de 29 anos confessaram o crime. O terceiro foi liberado por ter um álibi que o coloca longe do local na hora do ocorrido.

Os policiais disseram que ficaram chocados com a frieza dos envolvidos, que tinham emprego fixo e até então não tinham passagem pela polícia.

O homem de 27 anos era o ex-colega de trabalho da vítima.  Ele contou que mandou mensagem para Clara Maria dizendo que tinha o dinheiro para pagar a dívida e eles combinaram de se encontrar num supermercado próximo.

Era uma emboscada, segundo os policiais. Lá, ele diz que a convenceu a ir até sua quitinete e a matou por estrangulamento, após a aplicação de um golpe mata-leão, logo na entrada. O outro homem, de 29 anos, também participou da ação.

As equipes da polícia civil estiveram na casa do acusado na tarde de quarta-feiraReprodução

Esse ex-colega contou ainda que ele foi o autor das mensagens enviadas ao amigo de Clara Maria, na tentativa de ganhar tempo para decidir o que fazer com o corpo. Ele também trocou mensagens com o namorado da vítima.

Esse homem e seu cúmplice permaneceram com o corpo na casa no domingo e segunda e somente decidiram enterrá-la, no corredor, na terça-feira. Como o corpo já começou a entrar em decomposição, eles foram até uma construção nas proximidades, pegaram um pouco de entulho e cimento para concretar o local e tentar disfarçar o odor que exalava.

Motivação

Os policiais contam que, durante o interrogatório, foram apresentadas várias versões antes da confissão e descrição do crime. Quanto à motivação, a polícia diz que vai continuar investigando.

À princípio, os homens disseram que queriam roubar o celular de Clara Maria e obrigá-la a fazer saques no aplicativo do banco, o que não condiz com os fatos, já que ela foi morta assim que entrou na quitinete.

Há a hipótese de motivação sexual, porque há relatos que, quando ainda trabalhavam juntos, o homem teria tentado se relacionar com a vítima, mas sem sucesso.

Além disso, a polícia tomou conhecimento de que, na véspera do crime, ele encontrou Clara Maria e seu namorado em um estabelecimento comercial, o que o teria deixado enfurecido.

Os policiais alegam ainda que no domingo, dia do crime, ele e o amigo que participou do homicídio consumiram muito álcool e drogas.

Policiais civis que investigam o caso, durante coletiva de imprensa, nesta tardeReprodução

Há a suspeita também de que a vítima pode ter sido vítima de crime de necrofilia — ato sexual com cadáver — após ter sido assassinada.  Além disso, outra motivação associada a esse autor é que ele foi repreendido por Clara, após realizar um gesto nazista em um bar. 

As investigações continuarão, segundo os policiais, que não descartam outras possíveis motivações. Os dois homens permanecerão presos.

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