Dois suspeitos de participar da execução de advogado no Centro do Rio são considerados foragidos; um deles é PM


No último dia 26, um homem encapuzado desceu de um carro branco e deu 18 tiros a queima roupa no advogado Rodrigo Marinho Crespo. Dois suspeitos de participar da execução de advogado no Centro do Rio são considerados foragidos; um deles é PM
Jornal Nacional/ Reprodução
A polícia do Rio de Janeiro está procurando dois suspeitos de envolvimento no assassinato de um advogado. Um deles é policial militar.
Depoimentos e imagens de câmeras de segurança ajudaram os investigadores a identificar os dois homens suspeitos de envolvimento no assassinato do advogado Rodrigo Marinho Crespo.
Na tarde da segunda-feira (26), um homem encapuzado desceu de um carro branco e deu 18 tiros a queima roupa no advogado. Ele foi executado no Centro do Rio, em frente às sedes da OAB e do Ministério Público e do escritório onde Rodrigo trabalhava.
Nesse mesmo dia, um homem junto ao Gol branco acompanhava a movimentação a poucos metros do prédio onde o advogado morava, na Lagoa, Zona Sul do Rio. Horas antes de morrer, Rodrigo Marinho sai de casa, em um carro de aplicativo prateado. Em seguida, o Gol faz o retorno na mesma rua e, segundo a polícia, segue atrás do advogado. Segundo os investigadores, o advogado foi monitorado pelo menos durante quatro dias antes de morrer.
Dois carros muito parecidos foram usados pelos bandidos. O outro era clonado. O que vigiava a vítima ficou estacionado perto do trabalho do advogado até as 14h27. Nesse momento, vai embora e cede a vaga a outro carro da mesma marca e cor.
No segundo veículo, segundo a polícia, estava o homem encapuzado que cometeu o crime. Os investigadores chegaram aos suspeitos pela placa do carro usado para monitorar a vítima, gravada com clareza pela câmera de um posto de combustíveis.
Saiba quem era o advogado morto a tiros no Centro do Rio
Nesta segunda-feira (4), a polícia fez uma operação para prender Eduardo Sobreira Moraes, de 47 anos, que, segundo os agentes, era quem vigiava o advogado. A Justiça também decretou a prisão do policial militar Leandro Machado da Silva, de 39 anos. Os dois são considerados foragidos.
De acordo com as investigações, o PM, que tem passagem por envolvimento em outro homicídio e por fazer parte de uma milícia na Baixada Fluminense, foi quem alugou o carro em uma locadora.
Em depoimento, o dono da locadora disse que conheceu o policial militar por meio de um contraventor, Vinicius Drumond, filho de Luizinho Drumond, que foi um dos maiores bicheiros do Rio e patrono da escola de samba Imperatriz Leopoldinense.
A polícia e o Ministério Público pediram para fazer buscas nos endereços de Vinicius, mas a Justiça negou o pedido. Os investigadores afirmam que Leandro Machado trabalhava como segurança do bicheiro, o que a defesa dele nega.
Nesta segunda à tarde, a polícia voltou a fazer diligências e identificou um terceiro envolvido no monitoramento do advogado.
Pelo menos cinco pessoas contaram que o advogado Rodrigo Marinho Crespo queria atuar como consultor no setor de apostas online, voltadas para jogos de cassinos. Uma das linhas de investigação da polícia é se isso pode ter provocado um conflito com os interesses do crime organizado.
“Nós ainda estamos investigando o autor ou os autores intelectuais, os outros executores. Mas em relação à motivação, a princípio, não está ligada diretamente a atividade advocatícia e isso que é o mais importante para gente definir logo”, diz Marcos Amim, secretário de estado de Polícia Civil.
O Jornal Nacional não conseguiu contato com os advogados de Eduardo Sobreira Moraes e do policial militar Leandro Machado da Silva.
A assessoria da Secretaria de Estado de Polícia Militar declarou que Leandro já estava afastado do serviço nas ruas porque responde a um outro inquérito por participação em organização criminosa.
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