Conflito entre acionista por Pocoyó se aproxima do final

Imagem promocional da série ‘Pocoyó’ distribuída pela sua produtora, Zinkia.Zinkia

O Supremo Tribunal da Espanha decidiu a favor do empresário mexicano Miguel Valladares em uma disputa acionária relacionada à produtora de desenhos animados Zinkia Entertainment, responsável pelo personagem Pocoyó.

A decisão, emitida em 14 de fevereiro, reconhece o direito de Valladares a receber 6,76 milhões de euros (R$ 42,4 milhões) de José María Castillejo, ex-presidente da empresa, referente a um acordo de recompra de ações firmado em 2009.

A contenda teve início quando Castillejo não cumpriu com a obrigação de recomprar as participações adquiridas por Valladares dentro do prazo estipulado, resultando em uma longa batalha judicial. O caso foi reportado pelo jornal CincoDías.

Conflito acionário e mudança na presidência da Zinkia

A disputa entre Valladares e Castillejo remonta a 2016, quando o empresário mexicano se tornou o principal acionista da Zinkia Entertainment.

Esse desdobramento ocorreu após a execução de um empréstimo concedido por Valladares para financiar a empresa de Castillejo, a Jomaca 98, através da qual o espanhol detinha sua participação na produtora.

Como resultado, Valladares obteve 33% das ações da empresa por decisão do Tribunal de Comércio número 10 de Madrid, somando essa fatia aos 11,5% que já possuía.

Assim, ele destituiu Castillejo da presidência da companhia, intensificando o conflito acionário.

Acordo de recompra e decisão judicial

Em 2009, Valladares adquiriu inicialmente 9.095 ações da Zinkia por 3,5 milhões de euros (R$ 21,9 milhões) e, no mesmo ano, comprou outras 259.600 ações por um milhão de euros (R$ 6,2 milhões) adicionais.

O acordo entre os sócios previa que Castillejo recompraria essas participações em até cinco anos, com um novo prazo estabelecido para abril de 2015 e valor ajustado para 6,76 milhões de euros (R$ 42,4 milhões).

No entanto, a recompra não aconteceu, pois, em 2013, a Jomaca 98 foi declarada insolvente.

Decisão do Supremo Tribunal

A justiça de primeira instância e a Audiência de Madrid haviam classificado o débito como um “crédito contingente”, argumentando que não havia obrigação de pagamento no momento da declaração da falência da Jomaca.

No entanto, Valladares recorreu ao Supremo Tribunal, que reverteu a decisão com base em jurisprudência estabelecida no caso Afinsa, de 2015.

Os magistrados entenderam que o contrato de recompra constituía uma obrigação recíproca e que Valladares tinha direito ao valor acordado.

Com isso, o tribunal declarou o direito do empresário ao recebimento da quantia de 6,76 milhões de euros (R$ 42,4 milhões), consolidando a sentença em favor do atual presidente da Zinkia Entertainment.

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