Falta de vagas para hemodiálise faz com que pacientes sejam internados para garantir tratamento em Campinas


São pelo menos seis pessoas internadas em hospitais do SUS municipal para realizar o procedimento que deve ser feito de forma ambulatorial. Secretaria de Saúde diz que negocia para ampliar vagas na rede. A falta de vagas para hemodiálise na rede pública de saúde faz com que pacientes fiquem internados para garantir o tratamento que normalmente é realizado de forma ambulatorial. Em Campinas (SP), são pelo menos seis pessoas enfrentando essa situação nesta segunda (10) no SUS Municipal.
A máquina que faz o papel dos rins e filtra o sangue é, para muitos pacientes com doença renal crônica e grave, a única chance de sobrevivência.
Os seis pacientes atualmente internados em Campinas para o tratamento estão nos hospitais Mário Gatti, Ouro Verde e PUC-Campinas, e um deles é morador de Sumaré (SP).
A EPTV questionou a Secretaria de Estado da Saúde sobre números regionais de pessoas sem atendimento ambulatorial mas não obteve resposta da pasta.
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A médica nefrologista Clarice Zinato Moreira explica que o ideal é que o paciente faça o tratamento de hemodiálise em clínicas, onde possa ter a liberdade de voltar para a casa, sem necessidade de suporte hospitalar, liberando leito e equipe para outros pacientes que precisam do suporte mnédico.
“A cada ano cresce a quantidade de pacientes com necessidade de diálise. No último Censo, mais de 157 mil pacientes em diálise no Brasil, e a cada ano em torno de 40 mil pacientes entram em diálise. É um aumento crescente da necessidade de diálise, e esse aumento a gente não vê na dispobilidade de vagas”, diz a médica.
Segundo Clarice, o paciente que permanece internado para a hemodiálise mesmo com condição de alta sofre com inúmeros fatores, como o transtorno psicossocial ou quadro depressivo, além de enfrentar riscos de infecção, trombose ou falência de acesso.
Ivone Mendonça, presidente da associação de transplantados de Campinas e região, diz que o quadro é grave desde 2020, e trata o problema como calamidade pública.
“O paciente tem que ficar internado por meses por falta de clínicas. Pessoas ficam vulneráveis. O que é mais desumano é que todo mundo sabe dessa situação, e não resolve”, diz.
Foto de arquivo de pacientes em tratamento de hemodiálise
Reprodução EPTV
O que fazer?
Em nota, a Secretaria de Saúde de Campinas informou que disponibiliza 253 vagas ambulatoriais de hemodiálise no SUS Municipal por meio de convênios con os hospitais PUC-Campinas e Beneficência Portuguesa.
A pasta destacou que no momento está em tratativas para que os dois acordos sejam ampliados, e pelo menos mais 24 vagas sejam ofertadas na Beneficência Portuguesa, mas não informou um prazo para isso.
Já o Departamento Regional de Saúde (DRS) de Campinas informou que está “empenhado na ampliação de vagas na região, em que 15 unidades realizam procedimentos, e que negocia a ampliação da oferta nas clínicas privadas.
O DRS destacou ainda que trabalha junto ao Hospital de Clínicas (HC) da UNicamp para abertura de mais um turno de hemodiálise.
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