Justiça do Rio arquiva acusação contra universitário baleado e motociclista no Rio


Na semana passada, o Ministério Público já tinha se manifestado favoravelmente pelo arquivamento do caso. No documento, a promotora afirmou que os Igor Melo de Carvalho e Thiago Marques Gonçalves estavam ‘comprovadamente trabalhando’. Igor Melo de Carvalho, em foto no estádio do Maracanã
Reprodução/TV Globo
A Justiça do Rio arquivou as acusações contra o universitário Igor Melo de Carvalho e o motociclista Thiago Marques Gonçalves. Os dois tinham sido acusados de ter roubado um celular de um casal na Penha, na Zona Norte do Rio, no dia 23 de fevereiro.
Igor chegou a ser baleado pelo policial militar da reserva Carlos Alberto de Jesus, que teria agido após a esposa, Josilene da Silva Souza, ter reconhecido o condutor da moto como um dos responsáveis pelo crime.
Igor, que perdeu um rim por conta do disparo, recebeu alta do Hospital Getúlio Vargas no dia 2 de março. No dia 27 de fevereiro, quando ainda estava internado, disse esperar por justiça.
Durante a investigação, ficou comprovado que os dois não cometeram o crime, e o Ministério Público do Rio (MPRJ) foi favorável ao arquivamento do caso.
Em sua manifestação, a promotora Roberta Laplace disse que Thiago e Igor “não foram os autores” do roubo de celular narrado por Josilene.
Segundo o MP, Igor e Thiago estavam “comprovadamente trabalhando” no horário estimado por Josilene como o momento do roubo, no dia 23 de fevereiro. No dia 25, a Justiça mandou soltar os dois.
Motociclista que estava com universitário baleado é liberado da prisão
A promotora ainda citou os três empregos de Igor, e que ele saía do bar Batuq, na Penha, no dia em que foi confundido como um criminoso “de forma equivocada” por Josilene, de acordo com o documento.
O MP ainda solicitou que a moto de Thiago, apreendida no dia da prisão dele, 23 de fevereiro, seja restituída a ele.
A promotoria também solicitou que o Ministério Público apure a conduta do policial militar reformado que confessou ter disparado contra Igor.
“É um passo muito importante, vamos caminhando para a reversão total desse quadro, e não há dúvida que por parte do Thiago, haverá a proposição uma ação reparatória, não só em relação ao autor do disparo e à companheira dele, mas também ao Estado, que disponibiliza uma arma para uma pessoa que não tem condições de seguir armado”, disse o advogado Carlos Nicodemos, que representa Thiago.
Policial mudou versão
PM da reserva Carlos Alberto de Jesus
Henrique Coelho/g1
Na madrugada em que o jovem foi baleado, o PM Carlos Alberto de Jesus afirmou que viu Igor, de camisa amarela e na garupa da moto de Thiago, armado e por isso atirou. Ele diz que sua mulher, Josilene Souza, apontou como a dupla como responsável por roubar seu telefone, entre 1h15 e 1h30.
Em seu segundo depoimento sobre o caso, o policial militar afirmou que pediu para Thiago Marques parar a moto. “Encosta, polícia”, teria dito a ele.
O policial afirmou que, em seguida, o homem que estava na garupa de camisa amarela (que seria Igor Melo) colocou a mão próxima a cintura e realizou um movimento girando seu corpo para a esquerda e após para a direita, supostamente fazendo menção em estar armado.
Depois disso, o policial contou que freou seu veículo, sacou sua arma, calibre 38, e disparou duas vezes.
O MP e a Polícia Civil iniciaram investigações contra o policial reformado.
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