Policiais militares são denunciados pelo MP por assassinato de dois homens em situação de rua em MT


Thiago Rodrigues Lopes, de 37 anos, e Odinilson Landvoigt de Oliveira, de 41 anos, foram mortos no centro de Rondonópolis. De acordo com o MP, eles estavam deitados na calçada quando foram atingidos por disparos de arma de fogo. Momento em que vítimas são baleadas em Rondonópolis
Os policiais militares Cássio Teixeira Brito e Élder José da Silva foram denunciados pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) por homicídios quadruplamente qualificados contra dois homens em situação de rua. Thiago Rodrigues Lopes, de 37 anos, e Odinilson Landvoigt de Oliveira, de 41 anos, morreram no local. O crime aconteceu na madrugada de dezembro do ano passado, no Centro de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá.
O g1 tenta localizar a defesa dos investigados.
Os policiais também foram denunciados por tentativa de homicídio contra outros três moradores em situação de rua e por fraude processual. Para o Ministério Público, os crimes foram cometidos por motivo torpe, com a utilização de recurso que dificultou a defesa das vítimas e valendo-se de arma de fogo de uso restrito ou proibido, com uso de meio que resultou perigo comum.
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De acordo com o MP, os policiais foram até as proximidades do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua e efetuaram diversos disparos de arma de fogo contra os moradores em situação de rua que estavam dormindo ou deitados na calçada.
“Não satisfeitos, os denunciados, validando o objetivo específico de matar e buscando atingir o maior número de pessoas, retornaram ao local dos primeiros disparos e efetuaram novos disparos contra as pessoas, direcionando, inclusive, diversos tiros contra Odinilson Landvoigt de Oliveira, que morreu no local”, diz a denúncia.
A Politec foi acionada para coletar possíveis evidências no veículo.
PJC MT
Odinilson foi atingido por aproximadamente 9 tiros. Outros dois moradores foram socorridos e encaminhados ao hospital. Uma terceira vítima conseguiu se esquivar dos tiros e não foi atingido.
As investigações, conforme o MP, revelaram que os policiaisagiram com a intenção de induzir a erro o juiz e os peritos criminais. Além de registrar boletim de ocorrência noticiando o extravio da arma utilizada, o celular de um dos policiais foi danificado, o veículo utilizado foi ocultado em uma transportadora e um dos denunciados também registrou boletim alegando que teria sido alvejado de forma acidental na perna.
Os dois policiais foram transferidos para o Batalhão de Operações Especiais (Bope) de Cuiabá, onde se encontram custodiados. A Promotoria de Justiça requereu a conversão da prisão temporária em prisão preventiva.
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Divulgação
Dois homens em situação de rua morreram, e outros dois ficaram feridos após serem baleados, em Rondonópolis. Um vídeo de uma câmera de segurança mostra o momento em que quatro pessoas correm, e uma deles está mancando. Em seguida, um carro vai na direção dos quatro.
A Polícia Militar informou que foi acionada para atender uma ocorrência de disparos de fogo. No local, os policiais encontraram três vítimas feridas, que foram socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou a morte de Odinilson.
À polícia, outras pessoas em situação de rua relataram que um carro passou pelo local atirando e fugiu em seguida. Conforme o boletim de ocorrência, momentos depois, a equipe foi acionada novamente, sendo informada que outra pessoa tinha sido baleada para onde o veículo teria seguido. O Samu foi até o local, e constatou que a vítima, Thiago, já estava morta.
Segundo a delegada da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), Karla Peixoto, o crime teria sido motivado por ódio.
A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar dois soldados, um da PM e outro do Bope, por suspeitas de envolvimento na morte dos homens. Os dois policiais foram presos no dia 29 de dezembro.
Nesta terça-feira (23), os policiais foram indiciados por homicídio qualificado consumado e tentado, cometido por meio cruel, motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.
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