Asteroide agora tem chance quase zero de impacto com a Terra

Asteroide 2024 YR4 agora pode colidir com a luaNasa

A Nasa divulgou, nesta segunda-feira (24), que o asteroide 2024 YR4 não representa mais perigo para a Terra, já que a probabilidade de colisão com o nosso planeta caiu para quase zero.

Analistas estavam acompanhando a rocha espacial, que apresentava grande risco de impacto com a Terra em 2032. O asteroide chegou a apresentar uma chance superior a 1% de impactar o nosso planeta, uma probabilidade maior do que qualquer outra já registrada pela agência para um objeto de tamanho similar ou maior.

Com dimensões variando entre 40 e 90 metros de largura, o YR4 possui capacidade suficiente para causar destruição em uma grande cidade. As primeiras estimativas de sua trajetória indicavam que ele poderia colidir com a Terra ou explodir no ar sobre áreas metropolitanas densamente povoadas, como Mumbai, na Índia, e Lagos, na Nigéria.

O Professor Rodolfo Langhi, coordenador do Observatório de Astronomia da UNESP, destacou, em entrevista ao portal iG, que o YR4 foi detectado por uma rede de telescópios terrestres, que monitoram o céu em busca de asteroides potencialmente perigosos.

No entanto, muitos desses só são descobertos após passarem perto da Terra. “Se o 2024 YR4 estivesse em rota de colisão com a Terra em 2024, ele teria colidido, pois foi identificado somente após passar perto”, alertou o especialista.

A situação era bem diferente há dois meses, quando os cientistas calcularam que havia mais de 1% de chance de o asteroide atingir o nosso planeta. Conforme mais dados foram analisados, a probabilidade de impacto aumentou durante janeiro e fevereiro, chegando a 3,1% na terça-feira da semana passada.

No dia seguinte a essa previsão, as chances de impacto começaram a diminuir, chegando a 0,3%. Na tarde desta segunda-feira, a Nasa divulgou um “sinal verde” em um post na plataforma X, anunciando que a probabilidade havia caído ainda mais, para 0,004%, ou 1 em 25.000. 

O especialista explicou que, com o avanço da tecnologia, foi descoberto um grande cinturão de asteroides entre as órbitas de Marte e Júpiter. Compostos por ferro, níquel, silicatos e carbono, eles giram em torno do Sol. De vez em quando, alguns colidem ou são influenciados pela gravidade de Júpiter, um planeta gigante. “Quanto maior a massa de um planeta, mais intensa é sua gravidade. Isso pode perturbar a trajetória dos asteroides, fazendo com que alguns se aproximem da Terra e outros sejam lançados para longe”, afirmou o especialista.

Embora a Terra tenha aparentemente escapado do risco de destruição por um asteroide, a NASA alertou que ainda há uma pequena chance — cerca de 1,7% — de o 2024 YR4 colidir com a Lua. O professor destacou que agora é preciso torcer para que o asteroide não sofra mais influências gravitacionais que o tragam de volta à rota de colisão com a Terra. Embora ainda seja cedo para afirmar com certeza, ele ressaltou que, caso o asteroide colida com a Lua, isso resultaria em uma grande cratera. “Seria uma cratera e tanto”, concluiu.

A agência continua acompanhando o asteroide por meio de observatórios ao redor do mundo, como o Telescópio de Descoberta Lowell, no Arizona, e o Telescópio Óptico Nórdico, nas Ilhas Canárias. Após abril, o 2024 YR4 estará fora de nosso alcance visual até 2028.

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