Justiça começa a julgar mulher acusada de envenenar a própria mãe em Maceió


Vítima sobreviveu, mas vive em estado vegetativo; promotoria sustenta tese de homicídio duplamente qualificado. Polícia suspeita que além da mãe, mulher tenha envenanado os filhos, Kyara Kethelen, de 1 ano, e Ícaro Kaique, 3 anos
Arquivo pessoal
Começou nesta terça-feira (25) o julgamento da mulher acusada de tentar matar a própria mãe por envenenamento, em Maceió. O crime aconteceu no dia 6 de abril de 2021, no bairro do Jacintinho, quando a ré ofereceu um açaí contaminado à vítima, Silvânia Maria Sabino da Silva. Após consumir o alimento, ela passou mal e precisou ser socorrida ao Hospital Geral do Estado (HGE). Desde então, vive em estado vegetativo.
O júri acontece no salão da 7ª Vara Criminal, no Fórum do Barro Duro. O caso é conduzido pelo promotor de Justiça Antônio Vilas Boas, da 9ª Promotoria de Justiça da capital, que sustenta a tese de tentativa de homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e pelo uso de meio insidioso, já que o veneno foi colocado de forma dissimulada no alimento.
Vítima suspeitou da morte dos netos
A mulher cometeu o crime depois que Silvânia Maria começou a desconfiar da morte dos netos, de 1 ano e de 3 anos. Em novembro de 2023 a mulher foi presa durante cumprimento de mandado judicial. Em depoimento à Polícia Civil, ela confessou o crime contra a mãe, mas negou o assassinato dos filhos.
A Polícia Civil já vinha investigando as mortes e solicitou à Justiça a prisão preventiva da mulher, que era considerada foragida. Ela foi registrar um Boletim de Ocorrência e, quando consultaram a identidade dela no sistema, os policiais descobriram o mandado em aberto.
Mortes suspeitas
Segundo as investigações, a primeira morte suspeita foi da menina Kyara Kethelen, de 1 ano, em 2016. Em 2021, o filho mais velho, Ícaro Kaique, de 3 anos, também morreu em circunstâncias suspeitas. Meses depois, a mãe da mulher foi socorrida em estado grave e levada para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde os médicos desconfiaram do envenenamento.
No hospital, foram solicitados exames específicos que comprovaram a presença de veneno no organismo da mãe da mulher. Ela sobreviveu, mas ficou sequelas e atualmente se encontra em estado vegetativo.
A polícia acredita que a mulher envenenou a mãe porque ela teria desconfiado da morte dos netos e ameaçou denunciar a filha caso tivesse certeza de que as crianças tinham sido envenenadas. Segundo as investigações, parentes da mulher descobriram consultas dela na internet sobre como disfarçar sabor de veneno na comida.
Não há comprovação de que as crianças também foram envenenadas porque as crianças foram enterradas sem passar pelo Instituto Médico Legal (IML), já que a mãe não autorizou fazer a necropsia. O delegado Arthur César, responsável pelo caso, solicitou a exumação dos corpos das crianças em maior de 2024 e aguarda o resultado.
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